segunda-feira, fevereiro 26

Bafão no Paraíso


Em alguns filmes de Hollywood, os bandidos que se dão bem, vão para o Brasil. Pelo jeito, os que se dão bem no Brasil vêm para Balneário Camboriu (quadrilha de hackers, traficantes, clonadores de cartões, cassinos clandestinos, entre outros) e agora, Florianópolis.
Não se falou em outra coisa no final-de-semana: na quinta-feira uma quadrilha da pior qualidade foi presa na cidade. Mas não foi no Morro da Mariquinha, não, foi em Jurerê Internacional, balneário badalado no Norte da Ilha.
O que mais chamou a atenção nessa história foram com certeza os carros apreendidos com os bandidos, "ixpia":
- A Ferrari 360 Spyder (+- R$ 1 milhão)
- O jeep Hummer (+-R$ 900 mil)
- O Porsche Cayenne, (R$ 850 mil)
- O Chrysler, (R$ 500 mil)








Como a cidade não tem muitos milionários, Ferrari por aqui é coisa rara. Tem um hotel novo que adora estacionar uma na frente, para "chamar cliente", dizem as matildes.
Imaginem a polícia invadindo as duas casas que exibiam esses carros na garagem e que foi palco de muitas festas "de arromba" com bebidas e mulheres caríssimas. Todo mundo quer saber quem participou das festas, quem "pagou de otário". Foi a redenção dos invejosos!
Percebi nos comentários que o povo sentiu uma pontinha de satisfação ao ver na TV (ou ao vivo), os dois casarões sendo invadidos pela polícia, os 10 moradores saindo algemados e os carros apreendidos. Não somente porque diziam que o pessoal fazia uma bagunça danada, mas porque é usual do brasileiro associar a riqueza à maldade e a pobreza à humildade. Logo imaginei o mané constatando: "sou pobre, mas sou limpinho".
Agora, quem tem Ferrari virou alvo de "zoação". O Bruno saiu com o puma conversível amarelo do meu padastro e um transeunte já gritou: "Você também é da máfia?"
Bafão!
Mas os proprietários, segundo um colunista do DC, têm mais com que se preocupar:
"Estrago - Donos de veículos superesportivos em Florianópolis não param de reclamar que seus caros brinquedinhos sofrem horrores nas nossas estradas, incluindo o melhor dos asfaltos, que aqui são de quinta categoria quando comparados aos da Europa e dos EUA."
Ah, coitados!
O que o bando fazia? A princípio, enganava empresários, prometendo facilidade em obter empréstimos da FINEP e cobrando 20% sobre o financiamento que nunca saia. Faturaram milhões, principalmente de empresários do Rio Grande do Sul. (Lembrei de como as vítimas se comportavam em "os Vigaristas")
Quando eu trabalhei no IEL/SC, eu elaborava projetos de financiamento a fundo perdido para empresas, mas estas só precisavam entrar com a contrapartida depois do projeto aprovado oficialmente. Não é tão fácil aprovar um projeto e sempre demora. Tem angú nesse pirão de peixe grande.
Enfim, Santa Catarina, paraíso dos surfistas e dos bandidos discretos.













Uma das casas alugadas pelos bandidos (Foto Diário Catarinense)

Desejo do dia: doce de leite de panela. Tem uma lata de leite condensado fervento neste momento. Hummmm

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