sexta-feira, maio 29

Força

Carlos, Bele e a pequena Julia.
Quem me conhece sabe de como foi importante minha experiência em Hong Kong. Em grande parte devido às pessoas maravilhosas que conhecei por lá. Não é fácil manter as amizades à distância, mas no meu coração, eles ainda estão muito perto. É algo que não tem a ver com tempo e espaço.
Depois que voltamos para o Brasil, em 2005, soubemos que um dos nossos amigos estava com câncer. Jovem, ativo e muito alegre... foi algo inesperado que nos deixou bem abalados. Pois ele e sua esposa têm enfrentado com indescritível bravura esse desafio.
Aos poucos, os amigos foram mudando de país, mas a rede de contatos por e-mail e Internet continua forte, como pode ser observado no site que foi criado para acompanhar o progresso do Carlos:
http://save-carlos-sales.blogspot.com/
Aqui ele comenta todas as etapas do seu tratamento, num gesto que pode ajudar muitas pessoas.

"Finalmente comecou o a quimio. Eh engracado estar novamente passando por isso. Ultima vez que fiz em dezembro, fiquei tao mal e enjoado de tudo isso que dizia a mim mesmo que nunca faria de novo. Eh dificil descrever o estado que a gente fica, e nao ha palavras que o descrevam de forma fiel. Chamar de enjoo e fraqueza, eh muito pouco, somente quem passou por isso entende. Os ultimos meses no Brasil e Hong Kong me fizeram muito bem para apreciar a vida e querer muito enfrentar qualquer sacrificio. Aproveitei ao maximo, fiz tudo o que pude e isso me deu forcas para estar aqui. Passaria por tudo novamente, quantas vezes for necessario, para ter mais desses momentos.Espero que no futuro encontrem a cura definitiva dessa doenca, e se possivel formas de evitar esse sofrimento. O incrivel eh que ha 15 anos nao existia tratamento para esse tipo de cancer, entao nesse sentido tenho sorte, tenho boa chance de cura."

Enfrentando a tudo e buscando todas as chances com bravura, eles foram buscar um tratamento nos EUA, que se chama "High dose chemoterapy" com Bone Marrow transplant. o Hospital exigia um deposito antecipado de USD 300.000 e como eles não possuem essa quantia, os amigos estão arrecadando. Isso poderia parecer desanimador, mas a confiança do Carlos contagia a todos. Por isso, como pode ser observado no blog, já foram arrecadados 131,022 USD, o que posssibilitou o início do tratamento.
Agora que estamos sabendo, eu e o Bruno estamos pensando em uma maneira de ajudar.
Aqui no Blog, eu gostaria de partilhar não somente o exemplo de determinação do Carlos, mas de união dos amigos e de força da Internet.
Amanhã começa o nosso empenho.
Desejo do dia: força, amigo!

terça-feira, maio 5

Sugar Blues

Fiquei chocada com a notícia que ouvi, essa semana, de que o Brasil vai começar a exportar açúcar refinado para Europa e EUA agora que algumas fábricas estão utilizando o ozônio para branquear o açúcar, em vez utilizar o dióxido de enxofre. A gente pode comer, mas exportar não pode? Resolvi dar uma checada no tema.
O Jornal Gazeta Mercantil (04/12/2006) diz que o enxofre é adotado pelas usinas para o branqueamento do açúcar no Brasil, mas o método é considerado cancerígeno. A notícia anunciando o investimento no novo processo é de 2006, mas assunto foi notícia essa semana no Jornal Nacional. Descobri em um texto da Internet que a quantidade de resíduo do enxofre é limitada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e que na indústria americana e na européia o nível permitido é zero. "Aqui no Brasil só existe limitação para exportação, que é de 7 ppm (parte por milhão) e normalmente, nas vendas internas, este item não é fiscalizado." diz a fonte "em cache" no Google.
A odontopediatra Vera, que foi esposa do meu pai, foi quem me emprestou pela primeira vez o livro Sugar Blues (versão online), quando eu era adolescente. Na época, ela se preocupava com a minha dor de garganta constante e dizia que o açúcar faz para os tecidos da garganta o mesmo mal que faz para os dentes.
Depois de ler o livro, o meu consumo de açúcar ficou mais consciente. Até tomei açúcar mascavo por um tempo, mas nunca curti o gosto. Hoje eu tomo sucos e chás sem açúcar, mas o café eu gosto adoçado. Com a gravidez também parei de tomar adoçante, até o stevia. Então, dia desses eu lembrei que no exterior usa-se muito o "brown sugar", que é bem gostosinho. Descobri que aqui se chama Demerara e já tratei de comprar um saco desse açúcar, tipo orgânico.
Não sei porque eu usava um açúcar tão branco como o refinado. O Demerara orgânico não foi muito caro, menos de quatro reais do quilo (menos que uma barra chocolate) e o café fica bem gostoso. Como eu uso pouco, vai durar muito tempo. Acho que o bom mesmo era não usar nenhum açúcar, nem tomar café, mas... Quando perguntam se eu tenho algum vício respondo logo que é doce porque é algo que eu não consigo deixar, como acontece com qualquer viciado.
Algumas "lendas" da Internet têm efeito sobre mim e já não consigo usar desodorante ou pasta de dente ou ficar perto de aparelhos eletrônicos sem um fundo de desconfiança. Ainda mais agora que uma amiga minha passou por uma sofrida mastectomia em virtude de um câncer e um querido amigo e o cunhado de uma amiga estão com câncer de pulmão grave como metástase, todos com cerca de 30 anos. A vida moderna traz facilidades, mas há um preço.
Na opinião da minha médica de ultrassonografia, as pessoas não estão com mais câncer hoje em dia, apenas ocorre que os casos são detectados mais cedo e com mais frequência. Mas a alimentação também influencia em disposição, humor e outros aspectos da nossa saúde, por isso eu posso tentar me cuidar. Ainda mais agora que eu sou responsável por uma pessoinha que ainda não pode escolher o que vai comer.

Desejo do dia: sonequinha.