Foto: policial e Fernando Marcondes de Matos, dono do Costão do Santinho.
A Polícia Federal me surpreende mais uma vez.
Eu cresci pensando que as famílias e grupos de poder que se perpetuavam na política e no poder público em geral tinham todo o domínio sobre os rumos da cidade e do Brasil. Para ter qualquer tipo de poder, seria necessário negociar com algum grupo e nada, nem os marines aportanto da Beira-Mar, iriam mudar alguma coisa (muito menos isso).
Ao fazer Direito e estagiar em órgãos públicos, minha certeza aumentou. Mas há uma grande esperança: uma geração um pouquinho anterior à minha está conseguindo mudanças. São pessoas 5 a 10 anos mais velhas do que eu, que estudaram e por concurso e competência, chegaram à Polícia Federal e ao Ministério Público (recém-emponderado, em 1988 – que tem feito muita diferença). Eles estão fazendo o que eu não achava que seria possível: investigando, denunciando e conseguindo grandes vitórias contra aqueles que pareciam intocáveis. Até o Maluf teve seus dias de cadeia e humilhação. Vai demorar um pouco para esse movimento abrir os caminhos até o Congresso, mas vai acontecer.
Operação Moeda Verde: É notório, em Florianópolis, que a maneira de construir passa pelo tráfico de influência, suborno e mudança oportunda de leis. Mas sempre foi assim, fazer o quê? As áreas de preservação resistem até o primeiro interessado se mostrar forte o suficiente para mudar uma lei ou subornar as pessoas certas. Estarão as coisas mudando?
Hoje, 03/05, políticos, mega-empresários e funcionários públicos foram presos temporariamente em uma operação da Polícia Federal. Essa prisão e o elemento surpresa servem para preservar as provas, apreendendo computadores e documentos, que de outra forma, poderiam ter sido escondidos. (notícia 1, notícia 2, notícia 3.E já está nos blogs locais: Blog do Becher, Dveras, SandroSell, )
Conheço uma pessoa que trabalha junto à Polícia Federal, que contou que essas investigações, como a Operação Furacão, ocorrem no melhor clima “filme de ação”, com direito a todo tipo de agente disfarçado e escutas telefônicas.
Assim, grandes empreendimentos imobiliários da cidade estão sob investigação. Por que isso me interessa? Eu gostava muito de Direito ambiental quando estudava Direito. Estagiei um ano na Fundação do Meio Ambiente, é poca em que fiz a minha monografia de conclusão de curso (1998), com o título: “Direito Ambiental e Urbanístico e Empreendimentos Turísticos em Florianópolis: aspectos teóricos e práticos.” Na qual analisei o Costão do Santinho, Jurerê Internacional e Porto da Barra. Agora estão entre os suspeitos: o novíssimo Shopping Iguatemi, Jurerê Internacional e Costão do Santinho. Bons empreendimentos são muito importantes para o desenvolvimento da cidade, mas não é por isso que a gente vai aceitar a corrupção e a ilegalidade, como se uma coisa não pudesse acontecer sem a outra.
Também trabalhei no Ministério Público e sentia que seria muito difícil mudar o sistema judiciário para que um dia ele realmente promovesse justiça. Como eu fazia Administração, comecei a me envolver em projetos de desenvolvimento e deixei minha carteirinha da OAB de lado, para sempre. Ainda bem que outros não desistiram.
Hoje fiquei pensando seriamente em fazer concurso para a Polícia Federal. (nota mulézinha: adorei o uniforme preto!)
Também sinto que tenho feito alguma diferença na minha área, mas é muito bom voltar a acreditar. Talvez a ser igênua, porque é muito difícil saber o que acontece realmente.
Operação Moeda Verde: É notório, em Florianópolis, que a maneira de construir passa pelo tráfico de influência, suborno e mudança oportunda de leis. Mas sempre foi assim, fazer o quê? As áreas de preservação resistem até o primeiro interessado se mostrar forte o suficiente para mudar uma lei ou subornar as pessoas certas. Estarão as coisas mudando?
Hoje, 03/05, políticos, mega-empresários e funcionários públicos foram presos temporariamente em uma operação da Polícia Federal. Essa prisão e o elemento surpresa servem para preservar as provas, apreendendo computadores e documentos, que de outra forma, poderiam ter sido escondidos. (notícia 1, notícia 2, notícia 3.E já está nos blogs locais: Blog do Becher, Dveras, SandroSell, )
Conheço uma pessoa que trabalha junto à Polícia Federal, que contou que essas investigações, como a Operação Furacão, ocorrem no melhor clima “filme de ação”, com direito a todo tipo de agente disfarçado e escutas telefônicas.
Assim, grandes empreendimentos imobiliários da cidade estão sob investigação. Por que isso me interessa? Eu gostava muito de Direito ambiental quando estudava Direito. Estagiei um ano na Fundação do Meio Ambiente, é poca em que fiz a minha monografia de conclusão de curso (1998), com o título: “Direito Ambiental e Urbanístico e Empreendimentos Turísticos em Florianópolis: aspectos teóricos e práticos.” Na qual analisei o Costão do Santinho, Jurerê Internacional e Porto da Barra. Agora estão entre os suspeitos: o novíssimo Shopping Iguatemi, Jurerê Internacional e Costão do Santinho. Bons empreendimentos são muito importantes para o desenvolvimento da cidade, mas não é por isso que a gente vai aceitar a corrupção e a ilegalidade, como se uma coisa não pudesse acontecer sem a outra.
Também trabalhei no Ministério Público e sentia que seria muito difícil mudar o sistema judiciário para que um dia ele realmente promovesse justiça. Como eu fazia Administração, comecei a me envolver em projetos de desenvolvimento e deixei minha carteirinha da OAB de lado, para sempre. Ainda bem que outros não desistiram.
Hoje fiquei pensando seriamente em fazer concurso para a Polícia Federal. (nota mulézinha: adorei o uniforme preto!)
Também sinto que tenho feito alguma diferença na minha área, mas é muito bom voltar a acreditar. Talvez a ser igênua, porque é muito difícil saber o que acontece realmente.
Trecho de um livro publicado pelo CECCA transcrito na monografia:
“Sobre notória reunião realizada em 1980, com o Prefeito de Florianópolis, diretoria e presidência do Ipuf, e o representante da Habitasul, foi publicado pelo CECCA, o relato de Etienne:
O presidente da Habitasul afirmou que em hipótese alguma, (grifo nosso), eles iriam construir nos limites ambientais traçados, ou seja, não cogitavam liberar a frente da praia e construiriam em cima do rio. Quando um advogado do IPUF questionou os aspectos legais envolvidos, foi desmoralizado com um argumento hiper-realista:
_ Me venha com argumentos _ as leis nós fazemos e desfazemos(...)
A gente dizia:
_ Pelo menos preservem o rio e poupem a sua margem(...)
A resposta da Habitasul foi sintomática:
_ Imagina se nós vamos deixar o filé para todos, e comer o pescoço a 56m da praia...[1]”
Desejo do dia: assistir CSI. Ps: Sou SGR.
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