segunda-feira, fevereiro 28

Quando a razão vai passear


Ontem me deixei levar por um sentimento que julgava fútil, imaturo, alienado e romântico e que já não esperava mais de mim mesma: o sentimento de fã por um "ídolo pop" (termo meio boboca, que bem se adequa a este momento). Não vibrei por causa de um escritor renomado, nem por um cantor talentoso ou um grande humanista, mas por uma modelo. Quem diria!

A verdade é que sempre gostei de abrir uma revista em qualquer parte do mundo e ver que ela estava lá, irradiando aquele estranho poder perturbador que é mais que beleza e consagrando o mito da beldade nacional. E mais ainda, de ouvir à exaustão que Gisele é um exemplo, uma super-profissional, uma simpatia etc etc etc.

Ao vê-la na cerimônia do Oscar, ao lado de Leonardo Dicaprio, vibrei abobada, como nos tempos de Capricho. Vê-los assumir a comentada relação de anos foi como chegar ao climax de uma história de amor, quando os dois personagens finalmente se entregam, após alguma tensão inicial.


Tomada de uma euforia que qualquer psicólogo deve saber explicar, me senti como se fosse eu própria lá, de mãos dadas com “Lio”, na primeira fila do Kodak Theatre, para a admiração, ao vivo, de milhões de pessoas. Assisti toda a cerimônia torcendo somente para que fimassem o casal de novo. Confesso que foi tão emocionante quanto ver a fabulosa Fernando Montenegro, que concorrera em outro ano, com toda a honra, a uma estatueta. Gisele não estava concorrendo a nada, mas já ganhou.

Até passei a simpatizar com o rapaz.


E daí que bradem que ele ainda não é digno de um Oscar? Ele fez Titanic, Agarre-me se puder, Os Três Mosqueteiros e o próprio Aviador, entre outros filmes que todo mundo viu. Tem carisma.

E daí que discutam que ele nem é tão bonito? Gisele também pode não ser a mulher mais linda do mundo, mas é a que todos gostam de dizer que é. Também é com ela que todos gostam de trabalhar e, dentre tantas, é ela que prende a nossa atenção.

E daí que ele tenha um comportamento esquisito? Ele a convidou para este momento importante e ela estava lá.

Talvez o motivo do meu interesse seja também porque chamou a minha atenção quando vi, há alguns anos, uma notinha que contava que um ator famoso, DiCaprio, após um desfile, havia oferecido flores para uma modelo brasileira e que esta as havia recusado. Só algum tempo depois, comecei a ver Gisele Bündchen nas notícias e penso que lembrei do seu nome. Será que era ela? Somente muito tempo depois, surgiram os rumores de que estavam namorando.

O que aconteceu desde então? Em elocubrações dignas de um Sidney Sheldon ou qualquer novelista mexicano, fico a imaginar este romance entre pessoas com vidas acima do comum.

No entanto, como a vida real está muito além das minhas aluscinações românticas e como ninguém é perfeito, já me dou por satisfeita com a emoção daquelas maozinhas dadas.

Ainda que esse conto não exista, só por me fazer sonhar, desejo à Gisele o melhor, ou seja, um amor gostoso de verdade, como os que só podem ser vividos na vida real.*


*Como o que vivo com o Bruno. Um amor que torna a vida extraordiária e que se irradia, aniquilando todas as impossibilidades.

Desejo fã abobada do dia: conhecer a Gisele Bündchen

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