segunda-feira, junho 20

Quase!

A Câmara de Vereadores aprovou um projeto para subsidiar as passagens, mas o Prefeito mandou dizer que não vai assinar!!!

"A Insustentável Leveza do Ser" foi um desses livros que li anotando. Dentre muitas passagens sobre romance e sobre guerra, chamou minha atenção a seguinte:

"Aqueles que pensam que os regimes comunistas da Europa Central são obra exclusiva de criminosos deixam na sombra uma verdade fundamental: os regimes criminosos não foram feitos por criminosos, mas por entusiastas convecidos de terem descoberto o único caminho para o paraíso. Defendiam corajosamente esse caminho, executando para isso, centenas de pessoas. Mais tarde ficou claro como o dia que o paraíso não existia e que, portanto, os entusiastas eram assassinos." (Milan Kundera)

A luta dos estudantes pelo passe livre é justa se considerarmos que foi uma promessa de campanha do Prefeito eleito. Eles estão lutando pelos seus direitos, pelo que acreditam. De fato, somente as pessoas que encontram a manifestação nos momentos de descontrole, como encontrei duas vezes, ficam com medo. O saldo são algumas vitrines quebradas, telefones, lixeiras e calçadas, alguns presos e feridos. Mas não é possível mesmo saber o que está acontecendo, quem está quebrando, o que pensa, nem o que isso tem a ver com as reivindicações e com os estudantes. Não dá para saber quem está "certo". É preciso confiar desconfiando.

Na política, infelizmente tenho aprendido que é assim. É preciso sobretudo, desconfiar das notícias, das denúncias, até das fotos.

Quem trabalha no poder público geralmente pertence a um partido e, mesmo quando um outro ganha a eleição, alguns funcionários fazem de tudo para "queimar o filme" dos "inimigos". Por exemplo: pessoas ligadas à área da saúde podem não repassar remédios para os postos de saúde só para que a comunidade reclame da administração, ainda que isso prejudique as pessoas que nada têm a ver com a disputa. Isso pode acontecer até mesmo dentro do mesmo partido, se tiver alguém querendo um lugar que é de outro. Há SEMPRE um interesse político e é muito difícil para aqueles que têm boa intenção, desenvolver um bom trabalho.

Parece que tudo no País (e eu me pergunto se não é assim no mundo) está relacionado ao interesse de grupos políticos, ligados a grupos econômicos ou sociais e famílias diversas, até nas menores instâncias como grêmios acadêmicos e associações de bairro. Mas nem sempre se trata de uma política sadia e participativa, há interesses não revelados fazendo do povo massa de manobra. Ouvimos as notícias, as fofocas, apoiamos algum lado, sem nunca saber realmente o que se passa.

Quanto mais eu tento entender, ir atrás, mais eu descubro como é tudo um grande jogo de interesses, em grande parte, transitanto nos limites da decência, mas difícil de ser denunciado, afinal, está muito bem amarrado.

Precisamos de uma melhor educação para a política, que nos ensine a pensar realmente coletivamente. Assim, quando precisarmos de algo, não vamos mais procurar "aquele político nosso amigo". Falta transparência, objetividade administrativa, falta solidariedade... acho que vou me manifestar também!

Como?

Desejo do dia: cobertor!!! Tá muuuuuuuito frio!

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