segunda-feira, novembro 8

Bicho-grilo


A Crossroads é uma ONG de Hong Kong cujo trabalho é recolher doações de todo o território e enviar para outras organizações do mundo que estejam precisando. Assim, é possível perceber quanta riqueza há num lugar tão pequeno como Hong Kong. Quando um hotel troca seus móveis, quando uma empresa troca computadores, tudo isso pode ser doado para a Crossroads. Além de roupas, livros, óculos, material escolar... Voluntários separam, empacotam e colocam o material em containers, que empresas transportam de graça para outros países.

Uma outra organização, ligada à Crossroads, a Global Hand, faz um trabalho complementar, coordenando doações de todo o mundo e fazendo-as chegar até as organizações que precisam, sem que seja preciso passar por Hong Kong.

Tudo isso numa estrutura muito simples e até humilde, na qual ninguém é contratado, todos são voluntários e as instalações são emprestadas pelo governo.

Além de ser ajudada por adultos voluntários, grupos escolares e outros diversos, a Crossroads também tem um programa no qual proporciona uma atividade, roupas e transporte para refugiados, até que encontrem algum trabalho. Agora, uma vez por semana, eu “viajo” durante uma hora para chegar até a Crossroads, ajudando naquilo que eu sei: assuntos administrativos.

Os produtos doados são normalmente de boa qualidade, bonitos e caros. Por mais que eu saiba que esse material vai ser importante na vida de algumas pessoas, ao observar os refugiados africanos trabalhando no empacotamento, tão pobres que parecem ter saído das fotos da Etiopia e demais países que decoram as paredes, fico pensando em como vai ser difícil diminuir as injustiças sociais deste mundo. Eu sei que não é só de doações que essas pessoas precisam, que isso não resolve o problema. Por outro lado, um computador pode mudar a vida de muitos de uma forma que nem é possível prever. Às vezes, ter uma cama para dormir já muda muito. Ter um brinquedo para brincar, muda muito. Se isso pode ser feito, por que não?

Em janeiro voltaremos para o Brasil, ainda nem sei no que vou trabalhar, se volto para o meu antigo trabalho. O que sei é que gostaria de fazer alguma coisa em relação a isso:

Para relator da ONU, fome no mundo é uma "vergonha".
27 de Outubro de 2004
"Como podemos continuar vivendo com essa vergonha?". A pergunta foi feita por Jean Zigler, relator especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Direito à Alimentação, em um relatório sobre o acesso à comida no mundo. De acordo com o documento produzido por Zigler, a cada minuto doze crianças com até cinco anos morrem no mundo em consequência de doenças relacionadas à falta de comida e o número de desnutridos não pára de crescer. Isso apesar de a produção de comida ser suficiente para alimentar toda a população mundial. (Fonte)


Dizem que os jovens são idealistas e querem mudar o mundo. Mas ninguém diz em que idade isso acaba.

Desejo do dia: estar no caminho certo ou então, fazer um.

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