domingo, outubro 10

Coisas que a gente deixa para contar quando volta

Pouco antes de viajar, enquanto fazia minhas pesquisas sobre nosso destino deparei-me com essa singela notícia sobre Hambali, um terrorista preso na Tailândia há um mês atrás, fingindo que vendia espetinhos de carne (trecho) :

"Durante os interrogatórios, Hambali confessou que preparava atentados com bomba em Khao San Road (um bairro turístico de Bangcoc) e contra as embaixadas dos Estados Unidos, Israel e Japão, disse a fonte, acrescentando que ele também pretendia atacar aviões comerciais com míssil no aeroporto internacional da capital tailandesa." (Fonte)

Esse rapaz, o Hambali, tem um currículo e tanto! Entre outras bandidagens é acusado de planejar o atentado de Bali (2002) e o do Hotel Marriot, em Jacarta (agosto, 2004).


A Khaosan Road, como o nome já diz, não é um bairro, mas uma rua, na qual estávamos indo passar uma noite, antes de voar para Krabi. Assim como a rua do atentado em Bali, possui muitas pousadas e bares e uma grande concentração de jovens extrangeiros. (Abrindo, um parênteses, outra coisa que me chamou a atenção nas pesquisas foi um link no site oficial da rua sobre pessoas que foram à Tailândia e desapareceram. Sinistro!)

“O responsável, que participou da prisão do indonésio e pediu anonimato, disse que esses atentados não tinham data marcada e seriam realizados somente quando todos os preparativos estivessem finalizados.”

Imaginei que não havia dado tempo para preparar nada, mas confesso que fiquei um pouco cabreira. Eu, que já não sou muito fã da emoção de decolar tive um motivo a mais para dar uma apertada no braço do Bruno.

Enfim, quando chegamos em Phi Phi Don encontramos um brasileiro (óbvio) e conversamos sobre o assunto. Ele comentou que fazia sentido porque a Tailândia estava repleta de jovens israelenses curtindo as férias pós-serviço militar. Começamos a reparar que por todos os lados haviam rapazes de cabelo raspado a la milico. Vimos muitos grupos de rapazes e moças (elas também fazem o serviço militar) que se conheciam e falavam o mesmo idioma. Depois, reparamos que diversas placas na ilha estavam escritas em uma língua diferente do tailandês e do inglês, perguntamos, era hebreu.

De manhã, enquanto assistíamos ao debate dos candidatos americanos (que só falavam em terrorismo) e tomávamos o café com parte do exército de Israel, não pude evitar o pensamento: Céus, que lugar perfeito para um atentado!

Felizmente nada aconteceu. Mas eis que chego e vejo essa notícia
do atentado em Sinai (já esperado), aproveitando um feriado judeu, num bom hotel e em dois acampamentos de mochileiros. Muitos turistas de diversos países morreram ou ficaram feridos.

Ou seja, é absurdo como essa briga pode afetar as pessoas em tantos lugares do mundo!

No Brasil, a nossa insegurança não é tão motivada por conflitos políticos e religiosos, mas por um caldinho composto por má distribuição de renda, impunidade, corrupção, tráfico de drogas, entre otras cositas. Já esse tipo de insegurança não é tão grande aqui pela Ásia, onde as ruas constumam ser seguras para turistas. A não ser, é claro, para os “premiados” nas loterias dos atentados e seqüestros políticos (bate na madeira).

Mundo mutcho loco este!


Desejo do dia: sol.

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