sábado, dezembro 4

Nossas presas

O Homem é o único animal que pode permanecer, em termos amigáveis, ao lado das vitimas que pretende engolir, antes de engoli-las. (Samuel Butler)

Sempre tive frescura para ver cenas de sangue na TV, mesmo sabendo que são “de mentirinha”. Meu pai diz que não precisamos colocar uma violência desnecessária nas nossas vidas. Mas as cenas verdadeiras de animais sendo comidos por outros eram, para mim, as mais chocantes. Até que, dia desses, descobri que os leões e tigres, grandes predadores, não despedaçam cruelmente suas vítimas. Eles as matam antes de comê-las.

Passei a observar as cenas no Discovery e no National Geographic Channel para conferir. Comecei a perceber que, após capturarem a presa, um dos leões se encarrega de morder o pescoço e respirar na sua traqueia para sufocá-la, enquando os outros aguardam. No caso de um bebê elefante, um outro leão ainda morde a ponta da tromba para que ele deixe de respirar.


Leões precisam se alimentar, assim como nós. Nem por isso infrigem uma dor desnecessária às suas presas. Capturam as mais fracas, matam-nas e depois as comem.

Li também que os índios americanos tinham um profundo respeito pelo animal que comiam. Que agradeciam ao animal e à manada pelo alimento. Assim, não penso que deveríamos parar de comer animais, embora eu seja vegetariana.

Lembrei disso porque aqui na Ásia eles têm o costume de comer as lagostas vivas. Eles as prendem, servem-nas vivas e vão tirando o sashimi “fresco” enquanto conversam. Discutimos este costume na aula de inglês e a minha colega coreana, que adora a iguaria, perguntou: “mas vocês acham que elas sentem dor?”.

Andando pelos mercados de Hong Kong vejo pequenos animais confinados, que me parecem estar passando por todo tipo de sofrimento. No Brasil, nos mercados que eu conhecia, já vinha "tudo" empacotadinho, sem forma. Cada um com as suas crenças.

Desejo do dia: ser mais gentil.


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