quinta-feira, março 31

Lelê, lelê, lelelê lelelê.

Nessas horas lembro daquela música que penso ser da novela Escrava Isaura. Do tempo em que eu não via novela, só ouvia, porque estava muito ocupada brincando e fazendo outras coisas divertidas.

Hoje eu também não vejo jovelas porque estou trabalhando. Algo que eu não fazia tanto há algum tempo, já que estava de férias em Hong Kong. O que Deus fez foi me dizer: "você tem sido uma menina muito estudiosa e trabalhadora, agora pode passar um ano e meio de férias na Ásia, estudando inglês, sem grandes preocupações". Eu tinha uma vaga idéia de que isso estava acontecendo, mas só agora percebo que eu deveria ter me preocupado menos
enquanto estava lá. Agora é tempo de produzir novamente! Tenho muito a dizer sobre isso, mas tão pouco tempo.

Daqui a pouco eu me acostumo com o ritmo.

Ah, eu nem tinha contado que o meu ilustre (mesmo) marido foi patrono da turma de Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Isso mesmo, PATRONO! Aos 28 anos, completados no último dia 24 de março. Ele que se formou em 2000. Acho que isso aconteceu porque a turma estava cansada das mesmas figurinhas fáceis de todas as formaturas e queria um cara novo. Escolheram o Bruno entre a Prefeita, o presidente da Federação das Indústrias e outro que eu não lembro. Parece que lembraram dele porque foi presidente da Empresa Júnior e acho que porque estava na China. Talvez também porque sempre tenha sido muito falador.

Como eu poderia expressar o meu orgulho? Ele me faz acreditar em coisas boas. Sempre.

Desejo do dia: acabar com os pop-ups do site.

sexta-feira, março 18

Manifeste sua indignação

Nosso Bush, o Severino "No dia 23 de fevereiro ele pediu urgência para votar o projeto que aumenta o salário dos parlamentares de R$ 12.840 para R$ 21.500, retroativo a 1.º de janeiro, e propôs reajustar de R$ 35 mil para R$ 50 mil a verba de gabinete, que é paga a cada um dos 513 deputados. Severino chegou a dizer que a sociedade aceita a proposta de aumento salarial para os parlamentares. "O que a sociedade não aceita é desonestidade e roubalheira. Se existir isso dentro da Câmara, vou acabar", afirmou." (Estadão)

Aceitamos?

Como todos sabem, a Câmara aumentou de R$ 35 mil para R$ 43.750,00 a verba mensal de gabinete dos parlamentares. Ou seja um aumento de R$ 8.750,00. Exatamente o aumento que não foi dado como salário que ia de R$ 12.800,00 para R$ 21.500,00 num total de R$ 8.700,00. Esses valores somados a todos os outros benefícios, como os de convocações exterordiárias chegama cifras anuais absurdas, como bem mostrou o Jornal Nacional.

Como profissional da área do Terceiro Setor, participo de uma lista de discussão que tem mais de 3500 integrantes de todo o Brasil. Assim, diarimente mantenho-me informada a respeito de temas, cursos, eventos e compartilho informações e opiniões interessantes.

Mas o mais interessante é que os integrantes desta lista contribuiram muito para as manifestações que aconteceram nas ruas e na rede contra o aumento. Muitos foram juntando amigos, interessados, listas de e-mails e fortaleceram a pressão. Confesso que fiquei mei cética, mas funcionou, em parte, pelo menos. Os deputados retiraram o apoio também por estarem recebendo muitos e-mails de desaprovação (Folha). Muitos blogs também entraram na briga fomentando listas. O Senador Cristovan Buarque reconheceu esse poder em deu blog, no dia 03/03/2005.

Agora vieram com esse aumento descarado de novo. Por isso, coloco aqui um link para quem quiser, com um clique, manifestar sua insatisfação. É fácil e eficiente. Recomendo também um texto bem interessante do Roberto Pompeu de Toledo na última página da Veja desta semana, com o título: “Por que o rebotalho dá as cartas”.

Manifeste a sua indignação: www.umbrasilmelhor.com.br

Desejo do dia: uma boa negociação

segunda-feira, março 14

Birmânia?

Uma vez eu contei aqui sobre meu hábito de ter sonhos muito estranhos e reais.

Talvez, se eu os anotasse, teria muitas histórias boas para contar. Mas tenho medo de que esse estranho mundo do outro lado do dia também seja uma espécie de vida e então eu poderia estar contanto demais. Enfim...

Dia desses sonhei que eu entrava em uma comitiva, com outras pessoas muito bem vestidas, num grande salão de mármore, de pé-direito altíssimo. Pensei: "Por isso, faziam essas paredes de mármore, porque aqui é muito quente e o mármore ajuda a refrescar."

Fomos conduzidos até as portas de um balcão e quando elas se abriram, pudemos ver um rio e na outra margem, um belíssimo templo antigo com muitas torres, brilhando, em vermelho e dourado, sob um por-do-sol de sonho (como não?). Então um dos homens nos apresenta:
_ Eis o mais precioso segredo da Birmânia.

Birmânia? Eu acordei lembrando da cena e desse nome: Birmânia. Outras coisas aconteceram no sonho depois disto (como uma com uma briga com monges no templo), mas a primeira imagem ficou gravada quando acordei. Resolvi então procurar na Internet alguma coisa sobre a Birmânia.

Quem conhece a Ásia sabe que cada região tem civilizações e templos diferentes. Os do meu sonho se pareciam com os de Ankor (Camboja), mas eram avermelhados, com torres mais gordinhas. Pois então, descobri que esse tipo de templo existe, num local chamado Myanmar, que antigamente se chamava Birmânia e que fica próximo do Camboja.

Não encontrei uma imagem igual a do sonho, mas ,logicamente ,eu devo tê-la visto, algum dia, de relance, em alguma capa de revista ou livro de viagens e isso deve ter ficado gravado no meu inconsciente. Talvez trouxesse os dizeres: "Segredos da Birmânia".

Logicamente.

Desejo do dia: aprender rápido.

terça-feira, março 8

A Brasileira Típica


• A brasileira típica vai viver até os 73 anos
• Ela mede 1,58 metro e pesa 61 quilos
• Seu sutiã é tamanho 44
• A maioria tem cabelo castanho e 44% delas têm cabelo ndulado
• 45% têm pele mista
• 67% se casam, ela se casa entre 20 e 24 anos
• Ela tem 80 relações sexuais por ano, o que equivale a uma a cada quatro dias e meio
• Ela tem o primeiro filho aos 26 anos, e em média, dois filhos
• A brasileira típica não faz ginástica
• Ela usa calcinha de LycraTactel e estilo tanga
• 65% delas julgam necessário possuir casa própria antes de ter filhos
• Seis em cada dez brasileiras defendem a permanência da mulher em casa se o marido tiver boa renda
• 60% das brasileiras defendem a produção independente de filhos
• Metade das mulheres nunca faria cirurgia plástica
• Metade delas não sai de casa sem maquiagem
• Das que usam tintura, sete em cada dez pintam o cabelo de loiro
• Quatro em cada dez brasileiras dizem nunca estar satisfeitas com sua aparência
• Ela gasta 46 reais por mês com produtos para o cabelo
• 56% deixariam o companheiro viajar com sua melhor amiga
• 53% fazem dieta
• 55% consideram a mulher mais competitiva que o homem
• 44% das mulheres trabalham
• 20,4% delas têm onze ou mais anos de estudo, contra 17,5% dos homens
• Seis em cada dez trabalhadoras consideram sua ocupação apenas como um emprego, não como uma carreira
• 24% acham melhor pedir aumento a uma mulher do que a um homem
• 33% possuem conta corrente no banco e 24% têm caderneta de poupança
• Metade das mulheres tem cachorro, 14% têm gato
• Cerca de oito em cada dez vítimas de lesão por esforço repetitivo (LER) são mulheres
• 5,1% das mulheres vivem sozinhas

Sou meio desconfiada para essa coisa de "dia de(a,o,as,os)", mas já que temos um dia, que aproveitemos para pensar sobre a situação das mulheres, direitos e conquistas e é claro, aproveitemos para receber os muitos parabéns (quando eles não vêm com uma pontinha de sarcasmo).


Arrumei o álbum de fotos dos quadros da minha mãe, uma mulher e tanto.

Desejo do dia: muita sorte

quinta-feira, março 3

A Beleza Estranha


Executivos no Centro de Hong Kong, 2005. (Ábum atualizado)

Um dos textos que enviei para uma jornalista muito simpática que me pediu um relato sobre Hong Kong.


A Beleza Estranha

Há alguma coisa de poesia nas ruas de Hong Kong, em meio ao apinhamento de prédios, placas, pessoas e meios de transporte.Talvez a poesia esteja na previsibilidade. O caos de Hong Kong é previsível. Há sempre placas, cartazes, pessoas de terno, pessoas falando no celular, cabelos negros, um ou outro ocidental passando e mulheres de saltos baixos. Há sempre um ônibus, um bonde e muitos taxis vermelhos, placas indicando entradas de metrô e passarelas que levam de um prédio para outro e para outro e para a rua e para metrô... uma previsibilidade íntima do caos.


Há um certo equilíbrio nos contrastes: o exótico torna-se comum nas calçadas; milhares de pessoas apressadas formam uma unidade organizada; detalhes coloridos e extravagantes estão ao mesmo tempo nas roupas, fachadas e cartazes. Há os predios baixos e os altíssimos, uns modernos, outros antigos, como as pessoas. Então, para quem observa, o que está em cima assemelha-se ao que está embaixo.

Alguns edifícios de Hong Kong não parecem ter sido construídos, parecem ter nascido, com personalidade e alma. São conhecidos pelo nome e pela fisionomia. Ficam parados olhando e apontando suas facas do Feng Shui uns para os outros. Graças ao Feng Shui, muitos prédios não foram planejados apenas como unidades verticais a serviço dos homens e do aproveitamento de espaço. Foram projetados considerando regras de harmonia, a posição das montanhas, do mar e dos outros prédios. Estão relacionados entre si. Alguns estão ameaçando os demais com suas setas venenosas, enquanto outros parecem apenas ter sido pegos de surpresa, congelados num passo de dança. Tão únicos quanto as pessoas que se atropelam nas suas calçadas.

Assim como os contrastes revelam semelhanças, o aparente caos de Hong Kong é sustentado por um forte sistema de organização. As regras são cumpridas, os meios de transporte estão no horário, placas indicam os principais caminhos e as passarelas conduzem a todos os lugares. E fácil encontrar um amigo na multidão, um endereço que se deseja.

Parte da cidade está toda acertada como um relógio, dando voltas em torno de seu eixo e voltando regularmente para os mesmos lugares. A outra parte também está, mas em intervalos desconhecidos. Por isso, às vezes, sob determinado foco, todo o movimento de Hong Kong, parece também estar parado. Quem ficar em pé, numa mesma esquina, num determinado horário, todos os dias, talvez veja, em series periódicas, as mesmas pessoas, os mesmos carros, os mesmos incidentes.

A cidade é toda arranjada para pessoas que estão em movimento contínuo entre prédios, bairros e países. No entanto, por trás dessa aparencia cosmopolita, pode-se desconfiar que há um grupo de antigos donos, exercendo seu poder sobre todo o território, como se estivessem numa vila, com sua pequena elite. Lado a lado com essa elite, estão todos os outros cidadãos expatriados do mundo, com seus objetivos rápidos. Assim como ao lado de restaurantes extravagantes estão os botequins baratos, aparentemente imundos, conzinhando pedaços de seres estranhos e seres inteiros, que servem em refeições de nomes impronunciáveis. Como ao lado de Lords ingleses e refinados chineses passam camponeses e pessoas simples, escatológicas em suas maneiras. E ao embaralhar esses adjetivos e substantivos, ainda é possível obter uma descrição da cidade. Então há e não há o certo e o errado.

Em Hong Kong sabedoria e superficialidade, exótico e corriqueiro, belo e asqueroso, estranho e familiar, passageiro e centenário, curiosidade e vontade de partir formam combinações harmoniosas e incompreensíveis, como os versos de uma poesia inacabada.

Desejo do dia: bons negócios para a família.