segunda-feira, fevereiro 27

Minha família

Minha família não é tradicional no sentido de ter uma grande e conhecida árvore genealógica. Não conheci meus avós. Meus pais sairam de casa jovens. Meu pai saiu do interior da Argentina e foi morar em Buenos Aires. Minha mão saiu do litoral do Rio Grande do Sul para trabalhar em Buenos Aires.

Estes dias descobri o nome dos meus bisavós maternos. Adorei estes: Eulália e Bertoldo. Nomes antigos. Também tive as avós Diamantina e Rosa, os avôs Francisco e Joaquim. Como terão sido eles? Outro dia li que os espíritas dizem que nascemos sempre na mesma família.

Assisti "As Cruzadas" ontem e pensei que, com tantas guerras, doenças e desastres na história da humanidade, meu DNA ter chegado até aqui é coisa de sobrevivente. Aliás, o DNA de todos os que existem hoje.

Mas, enquanto muitos conhecem a história de seus antepassados, a minha está espalhada pelo mundo. O que não me dá direito a nenhuma espécie de preconceito ou de prepotência.

"Minha família conheceu o início do mundo;
Cuidou de ovelhas, de camelos e de cavalos,
Produziu jóias, roupas e obras de grande beleza.
Esteve no Oriente.
Presenciou a luz do homem de Belém.
Seguiu para a Europa, foi até Stonehengue,
Mas fugiu do frio, voltando para o Mediterrâneo.
Resistiu à idéia das cruzadas,
Mas não à de um novo mundo.
Nele chegando, foi até as cataratas.
Encantou-se pelo litoral.
Aqui, nas Américas, vagou entre impérios.
Compreendeu os segredos das florestas, dos animais e da vida.
Conheceu os Andes e as águas termais.
Desceu para as proximidades do mar.
Minha família teve poucos guerreiros e muitos sacerdotes.
E viveu grandes as aventuras humanas.
Eu sei, porque eu estava lá."


Desejo do dia: inspiração

segunda-feira, fevereiro 20

Brasileiros no Oriente - e nós aqui

Momento fotoblog total para colorir esse site. Eu e o Bru numa formatura no sábado, lindinhos, horas antes de eu passar muito mal e ter que abandonar o baile. Amo vinho tinto seco, mas se eu passar dois goles da segunda taça, fico péssima. E nem era um vinho ruim. Uma lástima!

Essa semana também teve momento nostalgia. Respondi um e-mail de um casal que está indo morar em Hong Kong e tem dúvidas. Fiquei com saudades as bandas de lá. Em 2003, quando eu e o Bruno fomos morar em Hong Kong era mais raro saber de alguém, mas de lá para cá, muitos conhecidos estão fazendo o caminho do Oriente. No entanto, é uma viagem que ainda suscita muitas dúvidas.

Entre as perguntas que respondi, estavam essas:

"1) Boas maneiras... como funciona? Como posso me portar para ser mais diplomático possivel, pois não estarei de passagem somente, acho que é importante saber conquistar o povo de lá.

2) Qual a média de gasto por dia... café da manhá, almoço, jantar?

3) O transporte é muito caro?

4) Telefonia?

5) Gostaria de chegar lá e comprar um lap top pra minha esposa poder ficar conectada... tem idéia de quanto vou gastar?

6) Como funciona a internet de lá? É muito caro?

7) Existe alguma comunidade de Brasileiros?

8) Minha empresa fica em Kowloon... é uma área residencial também?.. caso não seja, qual a área mais próxima e com custo razoável para se morar.

9)Gostaria de ficar em um lugar agitado, cheio de restaurantes fast foods e outras lojas de conveniência e serviço... pra facilitar pra minha esposa."

Ufa!!! Desejo uma viagem fantástica para eles.

Depois coloco a resposta no site, junto com as outras.


Será que quando a gente quiser estudar na Espanha vai ter alguém para nos ajudar?

Desejo do dia: tranqüilidade.

quarta-feira, fevereiro 15

Campanha mundial contra indústria de peles

Fui uma daquelas crianças que amavam animais de todos os tipos e levava os que encontrava na rua para casa. Depois estudei Direito Ambiental, fiz estágio na Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina e na Coordenadoria do Meio Ambiente do Ministério Público e tive vontade de escrever algo sobre Direito dos Animais. Depois, passei a trabalhar com o desenvolvimento local e nunca mais tive tempo de voltar a esse projeto.

Segunda-feira aconteceram protestos mundiais contra o comércio de peles.

Não sou ativista por inúmeros motivos. Ainda uso calçados e bolsas de couro, embora não ache justo o argumento de que "eles iam morrer de qualquer jeito". Não acho que a indústria de carnes seja sustentável, "acho" que a abertura de pastos e as platações de soja para ração são grandes causas de desmatamentos, inclusive na Amazônia, entre outras coisas que "acho". Teria que estudar muito mais para defender uma causa.

Só sei que é algo que me machuca.

Em Hong Kong, vi os animais sendo tratados como comida, amontoados, como se não sofressem. Conversei com uma moça coreana sobre o hábito de servir a lagosta viva, tirando o carpaccio do bichinho aos poucos. "É uma delícia!" - disse ela. "Você acha que ela sente?" - completou, diante do meu espanto. Eu poderia citar uma infinidade de exemplos de como a cultura por lá era insensível ao sofrimento dos animais-comida. A caça existe na natureza, mas os leões sufocam suas presas antes de devorá-las, não?

Eu raramente como carne, mas não defendo o vegetarianismo. Só penso que a nossa indústria de carnes é muitas vezes cruel. Mas é muito difícil discutir sobre isso. Sobre o assunto, há um vídeo legal, o Meatrix.


Há uma indústria de peles que vive da crueldade, como demonstra esse vídeo chocante. Não acho que todos devam assistir (A Internet está cheia deles). Não é preciso ver uma violência para saber que ela é horrível. Quando visitei a Muralha da China, vi uns camelôs vendendo peles. Lindas, fofinhas. Algumas na forma dos bichos. Baratinhas. Parecia evidente que não deveriam ter saído de um criadouro.

Muitos ainda vêem a caça, o desmatamento como uma questão de sobrevivência. Essa é uma discussão muito difícil.

Mas que dói, dói.

Desejo do dia: motivação.

domingo, fevereiro 5

Capra

Esta segunda eu e o Bruno assistimos a uma entrevista com o Capra, no programa Roda Viva.

A primeira vez que li um texto dele foi na aula de Economia Política, numa das primeiras fases do Direito. Foi um trecho do livro "Sabedoria Incomum". Gostei das idéias apresentadas, em contraposição ao que já havíamos lido de teorias econômicas.

Em 2002 eu fui ao Forum Social Mundial porque sabia que ele estaria lá. Ainda tive a oportunidade de ver o Eduardo Galeano, que, com "Veias Abertas da América Latina", despertou em mim uma visão crítica sobre a nosso continente.

Capra tem uma grande sensibilidade para perceber as mudanças que estão acontecendo no mundo. É um grande observador e além disso, é muito eloqüente. Por isso é sempre bom ler o que ele escreve e ouví-lo falar.

Quando escreveu "O Tao da Física" chamou a tenção para o fato de que a maneira ocidental de ver o mundo estava de acordo com premissas que estavam sendo modificadas pelos modernos estudos da Física. Ele percebeu que a ciência estava descobrindo um mundo muito mais parecido com a filosofia oriental. Será que é por isso que o oriente está dando esse grande salto? Por estar mais apto aos paradigmas da sociedade do conhecimento? Amei o tempo que vivi na Ásia e Hong Kong conquistou meu coração. Está junto de Buenos Aires, a cidade onde nasci e de Florianópolis, onde moro. Mas é muito difícil descrever o que se vive lá.

Capra comentou que um dos grandes centros mundiais de Agroecologia do mundo está em Florianópolis. Aqui! E eu nem sabia.

Minha dissertação de mestrado, que vai começar este ano, trata da formação de redes de organizações sociais. Vou usar muito as idéias de Capra e seus amigos.

Como ele falou três vezes de Florianópolis no programa, sei que tenho uma boa chance de conhecê-lo e quem sabe, de trocar algumas idéias.

E por falar em Florianópolis, a maravilhosa viajante Lúcia Malla, avisou sobre uma reportagem sobre Floripa que saiu lá do outro lado do mundo. Como dizem os adolescentes "é nóis na fita", duas vezes.

Desejo do dia: ser responsável.