terça-feira, janeiro 9

Money, money, money, always sunny...

Mestrado e Blog são atividades excludentes??? Estou refletindo.

Eu estava lendo um textos que escrevi em Hong Kong e me identifiquei com este, sobre dinheiro. Afinal, o Bruno está em Las Vegas. Longe dos caça-níqueis, espero.

"Quando criança, ainda tentando me acostumar com as regras do mundo, ficava pensando sobre o poder do dinheiro. Toda vez que eu segurava uma nota valiosa, pensava como aquela coisinha podia se transformar, de repente, em algo muito importante. Era só dar aquele papel colorido para determinada pessoa e ela me daria uma Barbie, por exemplo.

Quando segurava algum objeto que queria, olhava-o fixamente, sentia a sua textura, me perguntava como havia sido feito e pensava que poderia ser trocado por notas de dinheiro.
Toda vez que eu ganhava algo importante, analisava friamente. Um bicho de pelúcia era um pano costurado, com um plastiquinho fazendo as vezes de nariz. Mas eu só poderia tê-lo se trocasse por dinheiro. E analisava as outras coisas que existiam no mundo, carro, roupas e outras maravilhas. Pareciam tão importantes antes de serem minhas, depois pareciam simples. Grandes bolos de matéria, estocados em casas, caixas e guarda-roupas.

Hoje, ainda me impressiono com a importância de um maço gordo de notas. Parece que toda a mesquinharia do mundo está ali. Mas também todo o meu empenho. Causa desejo e repulsa. O meu esforço no mundo vale aquele maço, que vai valer o que eu quiser. Mas não tudo.
Por outro lado, quem não tem uma notinha daquelas pode morrer de fome, quando a comida é uma matéria tão simples, estocada logo atrás de paredes próximas.

Tudo isso faz parte de um sistema de regras que nós criamos e aprendemos a obedecer desde muito cedo. Fomos empurrando os acontecimentos até chegar aqui, no ano de 2004 d.c., quando eu, Lili, com 28 anos, encontro-me nessa cidade doida, com as mesmas dúvidas de uma criança. Não é quantidade de dinheiro que faz a diferença. São os desejos."


Desejo do dia: muito simples, mais dinheiro. (A gente pode pedir dinheiro sem se sentir culpado?)