terça-feira, agosto 31

Onde mesmo?

Ou "Tudo o que você 'sempre' quis saber sobre Hong Kong, mas nunca teve interesse de perguntar"

_ Hong Kong? Legal!!! (Onde mesmo???)

Hong Kong não é Coréia, não é Japão, não é Taiwan, é um pouco China, mas não exatamente.

Com o objetivo de uniformizar conceitos, vou facilitar e colocar um link para um mapa da Ásia mostrando Hong Kong. Um território pequenino que era colônia inglesa e que foi devolvido em 1997, tornando-se uma Região de Administração Especial (SAR) da República Popular da China (PRC).

(Pergunta: "Como assim, você está num país comunista?") Foi determinado que Hong Kong manterá sua autonomia política, econômica e jurídica durante 50 anos após a devolução. Portanto, aqui vive-se o regime de "um país, dois sistemas". Coisa de louco! Mas melhor isso do que passar a ser comunista de uma hora para outra. (Essa parte a seguir é importante) Assim, como membro de organismos internacionais, o nome correto é "Hong Kong, China". A China é "People's Republic of China"(PRC) e Taiwan é "Republic of China" (ROC), já que este se recusa a pertencer à China (PRC) e isso ainda pode dar em guerra. Mas é uma outra história interessante. (É claro que eu só sei isso porque estou aqui!)

(Momento dramático) Ninguém sabe ao certo como vai ser a transição para o comunismo (se é que isso vai acontecer), uma vez que Hong Kong é um dos principais centros de serviços financeiros, comerciais e legais da Ásia. Grande parte do comércio com a China é feita por aqui, onde há um sistema legal sólido, baixa intervenção estatal, poucos ou nenhum imposto, excelente infra-estrutura de logística e comunicações. (Sono na platéia) Além disso, as pessoas falam inglês e é considerado o centro nervoso do Delta do Rio das Pérolas, que compreende a região próxima a Hong Kong, resposável por mais de 1/3 do comércio externo da China. (Lili perdendo o fôlego) Hoje estima-se que empresas honkonguesas comandem mais de 60.000 unidades de produção na China continental, 90% no Delta. Grande parte mudou-se para o "lado de lá" nos últimos anos afim de aproveitar a mão-de-obra barata, ficando aqui apenas a administração. (Pausa para respirar)

Para concluir, (De um fôlego só) 1/5 do comércio entre Brasil e China (o Brasil exportou 4,5 Bilhões de dólares para a China em 2003) é intermediado por Hong Kong, cuja ilha principal é praticamente do tamanho de Flo ri pa... (Ufa!)

Mapinha amigo, Lonely Planet, Ásia.
Mapa de Hong Kong.
Mais informações sobre Hong Kong: aqui!
Textos e links diversos sobre Hong Kong: aqui!


Agora que essas informações mudaram a sua vida, vamos mudar de assunto.

E o prêmio “Santa Inutilidade, Batman” dessa semana vai para: Arremesso de Pinguins!
Contribuição da nossa amiga Sheilinha. Obrigada. Adoramos! Eu o Bruno fizemos 323,5.

Desejo do dia: resgatar dois desejos que ficaram para trás.

Desejos mundanos (oitenta e quatro mil)


Templo aos pé do Big Buda, Lantau, Hong Kong.

Aqui em Hong Kong exitem vários templos budistas. São bonitos, organizados, mas confesso que ainda não entendo bem a filosofia. Considerando que muitas citações interessantes são atribuídas aos budistas, inclusive ao famoso Dalai Lama, gostaria de entender melhor do que se trata.

Estive lendo que existem vários tipos de budismo. O estilo dos templos também varia de lugar para lugar.


Já vi monges reunidos entonando mantras. Fazem um som muito bonito. Mas como será a vida deles? Me pergunto isso porque eles dizem que “o mundo do sofrimento é cheio de desejos”. Como desejo é um dos principais assuntos deste Blog, procurei entender melhor.

Colhido da Internet: “O termo budista “desejos mundanos” (bonno) origina-se do sânscrito klesha, que às vezes é traduzido como “ilusões” ou simplesmente “desejos”. É um termo coletivo para uma série de funções mentais que perturbam a pessoa tanto física como espiritualmente.”

E ainda:
“As preocupações são um elemento constante na vida dos seres humanos. Pode ser dito que tal situação é parte intrínseca da vida. Na filosofia budista estas circunstâncias - nas quais os pensamentos e emoções conduzem ao sofrimento e a confusão mental - são consideradas como desejos mundanos.
(...)

Na cultura japonesa, acredita-se que existam cento e oito tipos de desejos. Este número corresponde ao batidas de sino realizadas nos diversos templos japoneses na véspera do Ano Novo. Outra fonte, estabelece o número de oitenta e quatro mil desejos mundanos.”

Será que sou escrava de cerca de oitenta e quatro mil desejos ilusórios que me fazem sofrer?

Passar a vida a se livrar dos desejos, seria essa a filosofia budista? Talvez não seja nada disso e eu esteja entendendo errado. Mas ficar num templo entonando mantras (o que também pode ser uma visão errada minha) não me parece uma idéia legal. Também já ouvi dizer que eles rezam pela paz mundial e isso influencia positivamente nas nossas vidas. Talvez só algumas pessoas tenham essa vocação para a iluminação.

Curiosa que só, vou pesquisar um pouco mais sobre o assunto para poder entender o que se passa naquelas cabecinhas raspadas.

Cá do meu lado eu ainda prefiro ter desejos e realizá-los de vez em quando. Sou tão feliz e tranqüila com essa vida que não sei como poderia ter mais paz espiritual do que já tenho hoje. Seria essa felicidade uma grande ilusão? Estilo Matrix?


Os desejos das pessoas tornam esse mundo um lugar pior para se viver?

Livrar-se das ilusões do ego? Livrar-se do sofrimento, das perturbações e desejos mundanos? Para mim isso se assemelha muito com a idéia de morte...

Melhor nem saber...

Sobre o desejo de ontem, fui na academia, fiz a aula e ainda consegui correr meia-hora! Isso me proporcionou uma paz espiritual incrível.

Desejo do dia: ter força de vontade para organizar meus arquivos pessoais.

segunda-feira, agosto 30

Medalha, medalha, medalha...

Medalha de ouro para o Bruno! Depois de ficarmos até às 4:00 h da manhã assistindo ao encerramento das Olimpíadas, acordei tarde hoje e ele já estava com o almoço quase pronto. "Dilícia!"

Ontem fomos assistir à final do vôlei na casa da Cris e do Peter. Qual não foi a nossa surpresa quando descobrimos que não estava passando em nenhum canal. Ficamos tentando, passaram jornal, todas as reprises do dia, um primo o Jaspion, Friends, o hino do Cazaquistão... Descobrimos que aqui na China eles falsificam até as Olimpíadas, pois um canal ficava passando vários esportes olímpicos, mas de outros campeonatos. De certo muita gente assistiu achando que que estava vendo os Jogos.

Nada feito com a TV, resolvemos ficar acompanhando pela Internet, na página da globo. No final, estávamos todos na frente de um laptop , tela de 12 polegadas, vendo os numerozinhos do placar virar e ouvindo a narração da Fórmula 1. Placar 23 a 20 e a gente olhando para a tela... super-emocionante...

Mais uma vez o problema de saber desejar direito. Meu desejo de ontem era: “ver o Brasil levar a medalha de ouro no volei masculino”. Esqueci de dizer, "ao vivo".

Depois, assistimos “Bicho de 7 Cabeças” e fomos para a casa esperar a reprise do jogo que os chineses passaram à meia-noite como se fosse ao vivo! Ah, conseguimos assistir ao Vanderlei chegar em terceiro na maratona e achamos o máximo, sem saber que ele já havia sido até derrubado. O cretino do narrador ainda ficava dizendo que a medalha de bronze já tava boa para ele. Babacas! Tiveram que engolir a bandeira de "Roma" sendo içada no centro da festa grega.


Hoje vimos o Vanderlei muito fofo dizendo que não tinha raiva do cara. Às vezes um pouco de raiva é bom, para auto-defesa, mas quando? Também não sei. Lembro de uma frase que meu pai diz: "Seja humilde, mas nunca se deixe humilhar".

Pelo menos o Vanderlei ganhou uma homenagem na frente de todo o estádio, que talvez seja mais lembrada do que a medalha de ouro. Mas alguém tem que reclamar do tratamento dado à questão. No começo, quando ouvimos o nome da medalha de consolação ficamos nos perguntando “o quê?”, “Não entendi. Alguma-coisa-Cubatão”. Depois descobrinos que a medalha tem o nome do idealizador dos jogos olímpicos, Barão Pierre de Coubertin, concedida em Seul-88 a um velejador que abandonou a prova para salvar um adversário que havia caído no mar. Além disso, o grupo Pão de Açúcar vai dar ao Vanderlei um prêmio de R$ 200 mil, o mesmo que se ele tivesse ganho a medalha de ouro.


De qualquer forma, ele já está bem preparado para a vinda de Cristo, treinou bem o “perdoai porque eles não sabem o que fazem”. E por falar em Cristo, o que era aquele estilo “Jesus Cristo Super Star” do Giba? Afff.

No fim das contas, ficamos em 18º lugar. Temos uma certa moral. Até o taxista ontem sabia que o Brasil havia ganho no vôlei. No entanto, se aquele pirralho americano que ganhou 8 medalhas fosse um país, teria ficado em 16º, duas colocações na nossa frente.

Pelo menos agora a gente vai poder ir dormir mais cedo.

Pergunta do dia: onde estaremos quando as Olimpíadas forem na China?
Desejo do dia: ter força de vontade para ir à academia fazer um aula da Body Pump e correr.

domingo, agosto 29

Festival dos Fantasmas Famintos e de narrações toscas

Ontem, depois do Bruno voltar da regata vitorioso, fomos comemorar o aniversário do nosso amigo Ângelo em Wanchai, uma das nights mais badaladas de Hong Kong. Também é o bairro onde estão as famosas casas de prostituição. Na chegada, pudemos presenciar os donos dos bares e empresários do amor fazendo as oferendas para o Festival dos Fantasmas Famintos (Yue Lan).

Oferendas.

Os chineses acreditam que essa é a época do ano em que os fantasmas saem do inferno para percorrer o mundo (mêda!), devendo portanto ser aplacados com ofertas de comida, vinho, dinheiro e incenso. Os chineses que não são loucos nem nada, queimam dinheiro falso, claro.

Voltamos para casa tarde, mas o Bruno ainda foi dar aquela olhadinha “rápida” nas Olimpíadas, que aqui passam de madrugada.

Os comentaristas da Pearl, canal local, são uma atração à parte. Parece que só há uma dupla para narrar todos os esportes. Mas é claro que eles não entendem todas as regras, então fica uma versão um pouco mais tosca do Galvão Mala Bueno falando bobagem. Só que o Galvão não é tão engraçado porque ele narra sozinho e acha que sabe.

Os narradores daqui são mais humildes:
“ _ Eu acho que isso foi um ponto”
“ _ Não estou entendendo o porquê de não ter sido ponto...”
“ _ Parece que aqueles ganharam, eles estão pulando e comemorando.”
“ _ E agora, o que aconteceu?”


Ou então eles ficam tentando descobrir as regras durante a narração. “Pelo que entendi, quando ele bate na barriga é ponto”. Às vezes eles erram feio e o Bruno fica indignado.

No jogo de volei Brasil X EUA, quando o jogador dos EUA ia sacar, a torcida brasileira tradicionalmente vaiava e fazia bastante barulho para desconcentrá-lo. Os narradores ficavam se perguntando:
“ _ Você sabe por que eles estão vaiando?”
“ _ Deve ser algum protesto contra a guerra.” Vai explicar...

O Bruno tá rindo agora, durante o jogo de handebol BrasilXChina. O narrador disse:
“ – Agora empatou. Ah, não, já tinha empatado antes, agora virou. Desculpem.”

Tá chovendo bastante hoje. Os fantasmas famintos devem estar todos molhados...

OBS: Ainda não cortei o cabelo. Lembrei que no final-de-semana é sempre cheio. Vou fazer como nas dietas, deixar para segunda-feira.

Desejo do dia: ver o Brasil levar a medalha de ouro no vôlei masculino.


sábado, agosto 28

Bad hair day


Há tempos eu quero cortar o cabelo, mas tenho medo de cortar aqui. As orientais têm cabelos lisos e os cabeleireiros estão acostumados com esse tipo de fio. Muitas vezes eles nem molham para cortar, dão só umas borrifadas.

A maior parte das brasileiras fez o famoso alisamento japonês. Dizem que é porque o verão daqui (HK tem praticamente duas estações, portanto o verão abrange um pouco da primavera e do outono) é muito húmido e todas ficam com um look Maria Bethânia.
No entanto, eu gosto dos meus cachos e essa solução radical não foi cogitada.


Já ouvi relatos terríveis sobre erros em cabelos cacheados. Procurei num site de expat alguma sugestão e cheguei à conclusão que todos os salões decentes são caríssimos. O que não chega a ser novidade em HK. O Bruno, que adora uma economia, corta o cabelo num lugar barato em Wanchai e paga 70 HKD, o que equivale a uns 30 reais. Todos os que eu vi custam 400 HKD, mais de 150 reais. Absurdo!

Acho que vou dar uma volta por aí e ver se “pego confiança” em algum salão e coragem de entrar. Algum que tenha uma ocidental sendo atendida pode ser um bom indício.

O Bruno foi participar de uma regata hoje de tarde. Foi fazer peso e força no barco. Fácil.

À noite vamos para uma festa de aniversário num bar de Wanchai chamado Coiote. É legal porque toca músicas latinas (leia-se música caribenha). Será que eu vou poder estreiar um cabelo novo?

Último pedaço do bolo-de-cenoura-com-cobertura-de-chocolate que fiz ontem está sendo comido agora. A maior parte dele está ajudando o Bruno a fazer peso no barco.

Desejo do dia: encontrar um cabeleireiro que faça um corte legal no meu cabelo.


sexta-feira, agosto 27

Como eu vim parar em Hong Kong?



Aqui em HK está tudo ótimo! Eu sempre digo isso e é sempre verdade.

Agora que estou no Orkut as pessoas estão sempre perguntando: "Hong Kong, como você foi parar aí?"

O importante não é como eu vim parar aqui, mas o que eu estou fazendo aqui. Bom, o que eu estou fazendo aqui também não é importante. O importante é que eu estou aqui. É, ficou melhor.

Já que eu estou aqui e nem como eu vim parar, nem o que eu estou fazendo importam, vou falar sobre a cidade.

Gostei de HK logo de cara. Sem muito porquê. Aliás cara é uma palavra que combina muito bem com essa cidade (território). É uma dos lugares mais caros para se viver no mundo (segundo a última pesquisa, a ordem é Tóquio, Londres, Moscou, Osaka e Hong Kong). As pessoas me avisavam para não tentar converter os preços para Real quando chegasse aqui, mas foi impossível no primeiro mês. O resultado foi a perda da fome e da vontade de comprar (mas já passou).

Tirando os preços, primeiras coisas que me chocaram em Hong Kong:

  • Muita gente.
  • O tamanho dos prédios (para quem sai de Floripa).
  • A quantidade de lojas caras. Todas as marcas famosas do mundo estão aqui. Em qualquer esquina ou shopping. Aliás, são muitos shoppings, o que também, para quem sai de Floripa, é um choque.
  • Os contrastes: prédios modernos, lindos ao lado de prédios muito velhos e sujos; barraquinhas de camelô na frente de lojas caríssimas como Prada e Armani; ocidentais muito claros, altos, perdidos entre os orientais; homens e mulheres de terno entre mulheres de sarong e outros homens de turbante.
  • Mulheres com a unha do pé afiada e pintada com cores berrantes. Não são as chinesas, mas mulheres de outros países da Ásia.
  • Pessoas com roupas coloridas no melhor estilo sapato-rosa-(pontudo e com ponta virada)-meia-verde-vestido-amarelo-e-cabelo-azul. Mas sem fazer um ar rebelde e sim algo como “patricinha moderna de Hong Kong”, sei lá... A moda de Hong Kong choca.
  • As mulheres usam sombrinhas durante o dia para evitar o sol. Usam cremes para clarear a pele. Vão à praia vestindo bermuda, camiseta, maiô ou sulquine. As sungas dos homens são menores que os maiôs das esposas.
  • Muitos cartazes e neons coloridos, grandes, pequenos, velhos, novos, em chinês em inglês, anunciam lado a lado, sobrepostos, restaurantes, casas de massagem, lojas, médicos e tudo o mais que se possa anunciar. Dizem que Hong Kong é a Nova Iorque asiática.
  • Prédios futuristas quando se olha para cima; embaixo calçadas apertadas e bichos de todos os tipos, odores e estágios de decomposição expostos em bandejas que dão para as ruas.
  • Altares com imagens na entrada de lojas, bares e estabelecimentos comerciais, pintados de dourado, com luzinhas vermelhas, frutas, incenso e oferendas variadas.
  • Lojas que vendem o último vestido verde-limão da Gucci ao lado de lojas que vendem delicadas estátuas chinesas de mais de 1000 anos.
  • Você anda por ruas movimentadas, onde estão as lojas e prédios bacanas e dá de cara com becos tenebrosos, sujos, assustadores, que terminam em escadas que sobem e descem para só Deus sabe onde...
  • Uma quantidade enorme de pessoas falando no celular ao mesmo tempo. Uma quantidade enorme de lojas de eletrônicos. Vontade de comprar tudo.
  • Há uma rede de escadas rolantes para subir para as ruas mais altas. Além disso, há escadas rolantes e passarelas em todos os lugares.
  • Bondes do século retrasado ao lado de Ferrari testa-rosa (sim, já vi várias) e Lamborguine Diablo. Bom, nesse quesito Hong Kong é imbatível. Costuma-se dizer que Mercedez aqui é fusca e não é exagero. O conceito deles de carro popular é New Beetle e Mini Cooper.
  • É fácil sentir-se pobre em Hong Kong...

Aí a noite chega e você começa e perceber as luzes da cidade e se apaixona.

Logo que cheguei o Bruno me levou para:

  • Um churrasco de brasileiros. Para eu perceber que a vida não precisava mudar muito.
  • Um passeio noturno de ferry na Baia de Hong Kong, vendo todas as luzes da cidade. Para eu perceber que esta é uma das cidades mais bonitas do mundo.
  • Um passeio para a praia semi-deserta de Tai Long Wan, onde só se chega depois de uma caminhada de uma hora ou de barco. Uma praia lindíssima, de águas transparentes.

Por isso que eu digo, o que importa não é o que eu estou fazendo ou o como eu vim parar aqui, o que importa é que eu estou gostando.

Fotos diversas que tiramos de Hong Kong. Outras fotos: 1, 2.

Também é possível fazer um tour virtual, de dia ou de noite.

Desejo do dia: comer bolo de cenoura e coisinhas gostosas, vendo um filminho.


quinta-feira, agosto 26


Quem sabe... Posted by Hello

O Desejo Perfeito


Muitas vezes lamentaríamos se nossos desejos fossem atendidos - Esopo

O que mais me intrigava a respeito do livro-título desse blog era o fato de que as pessoas que conseguiam uma folha da árvore sempre faziam desejos idiotas. Acho que eu passei horas pensando sobre o “desejo perfeito”. Um que fosse completo, não contraditório e que não desse margem à dupla interpretação. Normalmente ele não resultava numa oração simples, precisava ser um parágrafo, com vários adjetivos e complementos.

Minhas agendas da adolescência eram cheias de listas de desejos expressos. Muitos deles, incrivelmente realizados. Ainda tenho essa mania de escrever desejos e a mania bastante saudável de realizá-los.


Minha mãe me contou que quando era mais jovem fez uma colagem com imagens de todas as coisas que ela gostaria de ter e de realizar e que tudo tem dado certo. Ela sempre diz: "Já que é para sonhar, coloca tudo o que tem direito. Sonhar pela metade não dá". Meu pai também incentiva meu lado "pense grande". Isso para mim sempre foi animador.

Eu não me lembro de ter desejado especificamente vir para Hong kong, mas tá dando para matar várias ânsias numa cajadada só. Ou seja, tenho percebido que é mais divertido desejar o resultado do que o meio. O que não chega a ser uma constatação das mais iluminadas...

É claro que eu já cheguei a uma conclusão sobre o desejo perfeito, mas ela é altamente secreta. Depois que ele se realizar, eu conto.


Obs: Já ia me esquecendo, se alguém tiver informações sobre a árvore dos desejos, descrição, foto, mapa, endereço, favor me mandar um e-mail. Ah, deixem uma folhinha da árvore para mim.


Desejo do dia: chocolate. Realizado com um potinho de Häagen-Dazs que o meu maridinho acaba de trazer...



A Árvore dos Desejos - William Faulkner

A Árvore dos Desejos é o título de um dos meus livros preferidos quando criança. Ainda devo ter o exemplar lá no Brasil, cortado, riscado, lido e relido.

Ele foi escrito por William Faulkner e conta a história de uma menina (Dulce) que na noite anterior ao seu aniversário resolve cumprir uma simpatia: vira o travesseiro e sobe na cama com a perna esquerda. O livro conta os acontecimentos do dia seguinte, quando Dulce é acordada por um menino ruivo desconhecido que a leva para uma estranha jornada em busca da árvore dos desejos...

Gostava da história, das ilustrações, da maneira como o autor descrevia as sensações e as pessoas. Um dia descobri que ele é um escritor americano muito famoso, tido como um dos melhores do século XX, ganhador do Prêmio Nobel de 1949 e que essa foi a sua única história infantil... Nunca li outro livro dele, mas pretendo inaugurar o meu inglês fluente com um.

Esse livro é a primeira lembrança que tenho a respeito do desejo de ser escritora.