domingo, junho 10

Floripa tour

A Georgia sugeriu um post com os 5 principais pontos da minha cidade, mas é tão difícil escolher 5, que eu escolhi 10...
Tradicionais:
1. Centro, Praça XV, Museu Cruz e Souza, Museu Casa da Alfândega, Mercado
2. Cabeceira da Ponte Hercílio Luz

Os pontos mais tradicionais de visitação são o Centro da Cidade, que inclui a nossa Catedral Metropolitana, a Praça XV, com a tradicional Figueira centenária e os manezinhos jogando dominó. Ao lado está o Museu Palácio Cruz e Souza, que poderia ser mais preservado, mas é um dos únicos registros históricos e aliás, um dos únicos museus da nossa cidade. Da Praça XV dá para ir caminhando, pela famosa rua Felipe Schimit até o prédio da Alfândega, onde está a maior oferta e os melhores preços de artesanatos típicos da cidade.

Ao ladinho está o Mercado Público de peixes e outros, onde os vendedores gritam as melhores ofertas e as lojistas perguntam "o que é que falta?". É no Mercado que está o famoso Box 32, onde se toma um bom chopp e um pastel de camarão especial.

Foto: Rua Felipe Schimit, que faz parte do Centro Histórico.
Um ponto próximo, mas um pouquinho longe para ir a pé dali é a cabeceira da Ponte Hercílio Luz, cartão postal mais famoso da cidade e que está em reforma, depois de muita polêmica. Acho que seria um ótimo lugar para um tipo de bondinho. É bonita de se visitar de dia e à noite.
A partir dela, começa a Avenida Beira-Mar, cuja ciclovia é muito utilizada para exercícios por quase todos nós e para passeios de domingo, eu diria, por todos nós. Domingo é o dia da feirinha de artesanato (no trapiche) e do encontro de carros antigos (no Koxixo's). Tem um fim-de-tarde lindo, principalmente no outono.
Foto: Ciclovia na Avenida Beira-mar.
Roteiro Leste:
3. Lagoa da conceição, Mirante da lagoa,
4. Joaquina e Dunas,
5. Praia Mole, Ponto de Vista, Ponta das Caranhas
É muito comum ser parada por algum turista procurando o caminho da Lagoa, pois a nossa sinalização não é grande coisa. Mas é gostoso pensar que em breve aquelas pessoas do carro vão se deparar com uma visão incrível do Mirante do Morro da Lagoa, principalmente se o dia estiver aberto e que nenhuma foto consegue captar. Lá de cima dá para ver a Lagoa da Conceição, (Wikipedia) a Praia da Joaquina, as Dunas, a Praia Mole, pelo menos.
Sempre que eu passo por alí, de dia ou de noite, agradeço por viver em um lugar tão bonito.
























Fotos: Sandboard nas Dunas da Joaquina

Descendo o Morro, no Centrinho da Lagoa, estão muitos restaurantes, bares, cafés e lojinhas. É um local para jantar (Pizza na Pedra, hum), para sair à noite e para encontrar os amigos no fim-de-tarde, aos domingos.
















Fotos: Avenida das Rendeiras
Seguindo pela Avenida das Rendeiras (há muitos restaurantes, recomendo o Barba Negra e o prato de macarrão ao molho fungi com camarão), que ladeia a Lagoa, chega-se à praia da Joaquina, famosa pelo surfe e pelas dunas, onde se pratica o sandboard, mas eu só recomendo para quem não se importa em passar o dia com areia na orelha. O tombo é inevitável.








Fotos: Praia da Joaquina
A próxima praia é a Mole, para mim uma das mais bonitas da Ilha e também ponto de surfistas e corpos sarados. No final da praia Mole, está a bela Praia da Galheta, onde as pessoas, principalmente homens e gays, praticam o nudismo. Só dá para chegar à pé. Foi na Praia Mole que eu e o Bruno flagramos, admirados, dezenas de golfinhos brincando de surfar nas ondas. Dois “abobados”, como se diz por aqui.









Fotos: Praia Mole
Passando a Praia Mole no próximo morro há um mirante para a Lagoa, no bar Ponto de Vista imperdível.


















Fotos: Mirante do Ponto de Vista e restaurante Ponta das Caranhas.
E descendo o morro, à esquerda, está o restaurante Ponta das Caranhas, que serve, à beira da Lagoa, um peixe enrolado recheado com camarão e catupery e rodeado com batata palha também imperdível. Quem quiser, pode seguir para a Barra da Lagoa, comunidade tradicional de pescadores.
Roteiro Sul:
6. Ribeirão da Ilha, Ostradamus
O Ribeirão é uma comunidade antiga com muitas casas em estilo açoriano preservadas e que, há alguns anos, investiu na criação de ostras. Um dos lugares mais gostosos alí é o restaurante Ostradamus. Não há quem não saia encantado.


















Fotos: Restaurante Ostradamus e o Ribeirão da Ilha
Roteiro Norte:
7. Santo Antônio de Lisboa
8. Jurerê, Praia do Forte, Forte de São José da Ponta Grossa.
Foto: Restaurante Açores
No caminho para o Norte está a comunidade de Santo Antônio de Lisboa, também com casinhas preservadas e que tem um restaurante que adoramos, ao lado de uma igrejinha linda, o Açores. A sequência de frutos do mar é uma ótima pedida. Ao lado está um museu que é uma graça, com uma boa variedade de artesato.

Muitas pessoas vão para a praia de Jurerê por causa da boa infra-estrutura e pelo mar mais quente e calminho. Ultimamente tem sido procurada também pelas baladas, que acontecem durante o dia, nos restaurantes e bares à beira da praia. Na ponta esquerda de Jurerê Internacional estão a Fortaleza de São José, interessante para quem gosta de história e a pequena e calma Praia do Forte.

Roteiro aventura:
9. Ilha do Campeche
10. Costa da Lagoa
Para quem curte passeios mais ousados, vale à pena tirar um dia para visitar a Ilha do Campeche. É preciso pegar um barco de pescadores na praia da Armação. A Ilha é pequena, mas tem uma água muito transparente (ótima para snorkeling) e inscrições ruprestres diversas. Na Costa da Lagoa também há uma caminhanda, que termina em uma cachoeira. Mas o mais comum é os turistas irem de barco, que sai do comecinho da Avenida das Rendeiras. A paisagem é bonita e há diversos restaurantes que especializados em frutos do mar.

Plus
11. Lagoinha do Leste
Na Lagoinha de Leste, há uma lagoa deliciosa que desemboca no mar, só é possível chegar andando ou de barco. É uma caminhada linda, que pode ser feita por dois lados, durando um pouco menos de uma hora ou quase duas. É muito gostoso passar o dia lá, mas na volta dá uma preguiça! (Tem fotos lindas da caminhada aqui no blog do Aurélio)

Outros:

- Altos do Morro da Cruz
- Morro das pedras
- Passeio de escuna para as Fortalezas e Ilha de Anhatomirim
Outras paisagens bonitas podem ser vistas do Altos do Morro da Cruz, bem no meio da cidade, do Mirante Morro das Pedras, no Sul da Ilha e de um passeio de barco pela Fortaleza de Anhatomirim, que geralmente também leva à Baía dos Golfinhos (sempre que eu fui, vi os golfinhos, mas algumas pessoas me disseram que foram e não viram).
- Duas praias lindas e famosas que ficam no Norte: Brava (infelizmente construíram demais por lá. É lá que fica o Kioske do Pirata, balada diurna, famosa no verão) e a Praia do Santinho. Esta última tem um famoso Resort, oCostão do Santinho e incrições rupestres nas rochas, mas é a praia mais distante da Ilha.









Fotos: Vista do Mirante do Morro da Cruz e vista do Mirante do Morro das Pedras.

Artesanato: sou apaixonadapelo artesanto local, principalmente o que está relacionado ao folguedo do boi-de-mamão e à vida dos pescadores e rendeiras.
E se chover? oh, oh

Desejo do dia: colocar os e-mails em dia.

segunda-feira, maio 21

Paparazzi e Bollywood



Perseguição que o site TMZ chama de "paparazzi parade", atrás de alguma coisa para mostrar de Britney.
Fiquei com vontade de manifestar a minha crescente indignação com a conduta de muitos paparazzi, que correm atrás das chamadas "celebridades" de forma descabida. Mas é claro que eles fazem isso porque alguma revista compra as fotos. Essa revista, por sua vez, as compra porque há leitores para esse tipo de "notícia". Por isso, penso duas vezes antes de acessar uma foto dessas. Afinal, cada clique demostra o interesse e estimula a indústria dos "flagras".
Fotos em eventos, festas, tudo bem, mas da pessoa andando na rua, em um restaurante, acho de mau-gosto. Em muitos casos, não é um ou outro, são uns 20, 50 caras andando atrás da pessoa. Fazer plantão na frente da escola do filho, sair atrás de moto ou de carro, tendo a cara de pau de chamar esse processo de "perseguição", é demais mesmo para quem sempre sonhou com a "fama". (Sem contar o perigo, pois a Princesa Diana morreu em uma dessas perseguições).
Não acredito que as coisas devam se resolver na violência, mas entendo que é apurranhação para tirar qualquer um do sério e abalar a sanidade. Volta e meia um paparazzi reclama que apanhou, foi xingado (sim porque o "artista" teria que sorrir sempre que fosse à rua, fazendo chuva, sol ou unha encravada) ou que foi "atropelado" (ou seja, se jogou na frente do carro para tirar foto). Diversos atores andam reclamando e lançando manisfestos, mas enquanto houver demanda, haverá quem se disponha a fazer de tudo para conseguir uma "boa foto" de, pasmem, "fulano lanchando", ciclano "fazendo compras", da celulite da "beltrana", daquela top com o dedo no nariz!!! É tanta a falta de assunto que tem paparazzo tentando tirar fotos de dentro das casas das pessoas, ultrapassando todos os limites da decência. Pior, se alguém tirar essas fotos, vai haver revista para adquirir e gente para comprar essa revista.
Recado da Taís Araújo: “Vai fotografar casamento, batizado, meu querido! Não pára de nascer criança para ser batizada e nem de casar gente”.

Notícias da Índia
Conheci a preciosa Adriana Naili em Hong Hong, uma jornalista muito comédia, que me fez rir demais e que ajudou a colorir a minha estada em Hong Kong e na Ásia (fizemos uma viagem inesquecível de brasileiros para as Filipinas, escapando, felizmente, do Tsunami). Ela já está há bastante tempo conhecendo (a fundo) muitos países e é um exemplo de coragem e desprendimento.
Agora, está na Índia e dia desses mandou dois links para matérias curtinhas em vídeo que ela fez para a revista Viagem e Turismo. A primeira, sua aventura como figurante de um filme em Bollywood, com direito a viajar no colo de uma alemã, é surreal: veja aqui. A outra é sobre a Yoga do riso.

Notícias relacionadas:
Manifesto do Du Moscovis (no site do Fuxico, eu sei, mas foi o único que achei pelo google)
Os paparazi e as celebridades, relação complicada

Desejo do dia: escrever artigo.

quarta-feira, maio 9

Frio da Patagônia e Cinco Blogs que me Fazem Pensar

Frioooooo!!! E ainda é outono.
A temperatura chegou a 7 graus na madrugada passada, mas o forte vento gelado, que chegava gemendo em castellano, direto da Patagônia, fez com que sensação térmica fosse de uma temperatura bem menor. É o famoso vento sul, ou vento suli, como chamam os manezinhos.
Dá vontade de hibernar ou mesmo de adotar uma rotina de panda gigante:












Tradução da imagem: "41% descansando, 55% comendo, 4% outros."

Foto tirada no Ocean Park em Hong Kong.

Sendo que 50% do "eating" seria de chocolate e seus derivados.
Ps: Já nevou em Urupema, no Planalto.
A querida Denise, do Sindrome de Estocolmo me surpreendeu com uma indicação muito legal:

Assim, preciso indicar "5 Blogs que me Fazem Pensar". Certamente o da Denise seria o primeiro deles, porque ela é uma mulher fantástica, que não apenas faz pensar, como faz sentir. É difícil escolher outros cinco, pois gosto de tantos. No entanto, considerando que a idéia é que "os que me fazem pensar", os primeiros que eu me lembro são:
- Stuck in Sac, da Leila. Adoro ler as novidades sob o seu ponto de vista. Sempre tem algum assunto interessante, direto dos EUA, que de outra forma, poderia ter passado despercebido. E ela, com talento de jornalista e sensibilidade, escreve muito bem.
- Uma Malla pelo Mundo, da Lúcia Malla. Ela não só tem uma experiência internacional incrível, como compartilha tudo com a gente, com fotos maravilhosas, tiradas por ela e pelo marido (algumas premiadas) em lugares fantásticos. Para tornar tudo melhor, é bióloga e ecologista. Show!
- No Oriente, do correspondente do Jornal O Globo na China. Faz com que eu me lembre da minha temporada de Hong Kong. A China é agora uma parte do meu mundo e como o Bruno continua indo duas vezes por ano para lá, gosto de continuar por dentro.
- Público e Privado, da Cris. Ela começou a blogar faz pouco tempo, mas tem um conteúdo muito bom sobre literatura e universo feminino, sob os olhos de uma professora, doutoranda e, claro, mulher.
- Georgia. Ela mora na Alemanha e eu me encanto com o seu cotidiano, a sua maneira de educar os filhos e de ajudar a família.
E para descontrair um pouquinho, um blog que me faz rir: Historinha da Dri Spaca, que encara de forma debochada o cotidiando e as pessoas que se expõem na Internet. Esse também é o meu cotidiano, com todos os clichês, poses e "manezices" da nossa cultura. Roupas, festas, fotos, costumes. Muitas pessoas ficam chateadas, mas acho que é importante encarar essa tentativa de glamourização da vida com humor e não se levar tanto a sério. Eu poderia aparacer váaarias vezes numa fotinho no site dela.
E ai, que ninguém me ensina a fazer uma lista de blogs ali do lado. Sei mais de chinês do que de html.

Desejo do dia: sopão com cebola, cenoura, batata e abóbora, bem quente.

quinta-feira, maio 3

Operação Moeda Verde – voltei a ter esperanças







Foto: policial e Fernando Marcondes de Matos, dono do Costão do Santinho.

A Polícia Federal me surpreende mais uma vez.

Eu cresci pensando que as famílias e grupos de poder que se perpetuavam na política e no poder público em geral tinham todo o domínio sobre os rumos da cidade e do Brasil. Para ter qualquer tipo de poder, seria necessário negociar com algum grupo e nada, nem os marines aportanto da Beira-Mar, iriam mudar alguma coisa (muito menos isso).

Ao fazer Direito e estagiar em órgãos públicos, minha certeza aumentou. Mas há uma grande esperança: uma geração um pouquinho anterior à minha está conseguindo mudanças. São pessoas 5 a 10 anos mais velhas do que eu, que estudaram e por concurso e competência, chegaram à Polícia Federal e ao Ministério Público (recém-emponderado, em 1988 – que tem feito muita diferença). Eles estão fazendo o que eu não achava que seria possível: investigando, denunciando e conseguindo grandes vitórias contra aqueles que pareciam intocáveis. Até o Maluf teve seus dias de cadeia e humilhação. Vai demorar um pouco para esse movimento abrir os caminhos até o Congresso, mas vai acontecer.

Operação Moeda Verde: É notório, em Florianópolis, que a maneira de construir passa pelo tráfico de influência, suborno e mudança oportunda de leis. Mas sempre foi assim, fazer o quê? As áreas de preservação resistem até o primeiro interessado se mostrar forte o suficiente para mudar uma lei ou subornar as pessoas certas. Estarão as coisas mudando?
Hoje, 03/05, políticos, mega-empresários e funcionários públicos foram presos temporariamente em uma operação da Polícia Federal. Essa prisão e o elemento surpresa servem para preservar as provas, apreendendo computadores e documentos, que de outra forma, poderiam ter sido escondidos. (notícia 1, notícia 2, notícia 3.E já está nos blogs locais: Blog do Becher, Dveras, SandroSell, )

Conheço uma pessoa que trabalha junto à Polícia Federal, que contou que essas investigações, como a Operação Furacão, ocorrem no melhor clima “filme de ação”, com direito a todo tipo de agente disfarçado e escutas telefônicas.

Assim, grandes empreendimentos imobiliários da cidade estão sob investigação. Por que isso me interessa? Eu gostava muito de Direito ambiental quando estudava Direito. Estagiei um ano na Fundação do Meio Ambiente, é poca em que fiz a minha monografia de conclusão de curso (1998), com o título: “Direito Ambiental e Urbanístico e Empreendimentos Turísticos em Florianópolis: aspectos teóricos e práticos.” Na qual analisei o Costão do Santinho, Jurerê Internacional e Porto da Barra. Agora estão entre os suspeitos: o novíssimo Shopping Iguatemi, Jurerê Internacional e Costão do Santinho. Bons empreendimentos são muito importantes para o desenvolvimento da cidade, mas não é por isso que a gente vai aceitar a corrupção e a ilegalidade, como se uma coisa não pudesse acontecer sem a outra.

Também trabalhei no Ministério Público e sentia que seria muito difícil mudar o sistema judiciário para que um dia ele realmente promovesse justiça. Como eu fazia Administração, comecei a me envolver em projetos de desenvolvimento e deixei minha carteirinha da OAB de lado, para sempre. Ainda bem que outros não desistiram.

Hoje fiquei pensando seriamente em fazer concurso para a Polícia Federal. (nota mulézinha: adorei o uniforme preto!)

Também sinto que tenho feito alguma diferença na minha área, mas é muito bom voltar a acreditar. Talvez a ser igênua, porque é muito difícil saber o que acontece realmente.

Trecho de um livro publicado pelo CECCA transcrito na monografia:
Sobre notória reunião realizada em 1980, com o Prefeito de Florianópolis, diretoria e presidência do Ipuf, e o representante da Habitasul, foi publicado pelo CECCA, o relato de Etienne:
O presidente da Habitasul afirmou que em hipótese alguma, (grifo nosso), eles iriam construir nos limites ambientais traçados, ou seja, não cogitavam liberar a frente da praia e construiriam em cima do rio. Quando um advogado do IPUF questionou os aspectos legais envolvidos, foi desmoralizado com um argumento hiper-realista:
_ Me venha com argumentos _ as leis nós fazemos e desfazemos(...)
A gente dizia:
_ Pelo menos preservem o rio e poupem a sua margem(...)
A resposta da Habitasul foi sintomática:
_ Imagina se nós vamos deixar o filé para todos, e comer o pescoço a 56m da praia...
[1]

Desejo do dia: assistir CSI. Ps: Sou SGR.

sexta-feira, abril 6

Farra do Boi - vergonha catarinense

A polícia registrou mais de 200 denúncias até ontem. Somente um farrista bêbado ferido foi detido. A TV mostra um boi encontrado, que de tão ferido, teve que ser sacrificado. Outro foi encontrado afogado na praia hoje.
É inacreditável o esforço que as pessoas fazem para conseguir martirizar um animal.















Agência Quadra Comunicação para o Jornal O Estado. (Fonte) (Imagem ampliada)
Hoje a TV mostrou as barreiras que a polícia criou para fiscalizar os veículos que pudessem transportar bois para a farra em Governador Celso Ramos. Mas a polícia afirma que os farristas preparam-se com antecedência, trazendo-os antes do início da operação. E que a farra ocorre em lugares de difícil acesso. Que há moradores atentos, preparados com celulares para avisar o grupo de que alguma viatura de aproxima.
A comunidade está fechada e quando a polícia chega o boi já está morto ou agonizando, as pessoas feridas, bêbadas e felizes (!), algumas casas destruídas pelo animal em fuga. Há também denúncia de conivência das autoridades.
A sociedade catarinense que eu conheço não compactua com essa prática ilegal, que ocorre de forma sorrateira, em cantos onde se encondem os criminosos. Praticantes alegam uma tradição herdada dos colonizadores açorianos (dos quais também sou descentente), um elemento da cultura popular, mas é na verdade uma perversão praticada às escondidas por indivíduos que se divertem com o sofrimento alheio. Assim como acontece em rinhas, touradas, entre outros.
Alguns alegam que a "brincadeira não tem nada de mais". Que não há violência porque "só" correm atrás do boi. Mas não ocorre assim. Se não são os homens bêbados e armados de facas e paus que se ferem, são as outras pessoas, como já vi, que se machucam terem a casa invadida pelo boi nervoso. Este ano uma mulher foi agredida pelos farristas ao denunciar a prática, mostrando que a violência gratuíta, estimulada e aceita socialmente, não fica restrita aos animais.
A farra do boi foi proibida apenas em 1997, gerando incontáveis protestos por conta dessas comunidades "tradicionalistas". Alguns tentaram legalizar a prática sob determinadas condições. Querem correr atrás do boi sem machucá-lo. Por que então o machucam atualmente? Até mesmo os traidicionalistas se assustam com o que acontece hoje.
Alega-se que a prática ocorre em áreas economicamente deprimidas e que é uma das únicas formas de diversão dos locais, tradicional. Teriam essas pessoas ficado paradas no tempo por problemas econômicos? Tantos elementos bonitos na cultura açoriana, por que preservar aquele que envolve uma cultura de maldade que a humanidade tenta superar? Como tenta superar a violência doméstica contra as mulheres e as crianças, os preconceitos. Que se faça o boi-de-mamão, o pau de fitas, o terno de reis.
A Lei Federal nº 9.605, de 1998, em seu capítulo V - Dos Crimes Contra o Meio Ambiente Seção I - Dos Crimes Contra a Fauna, em seu Artigo 32, considera crime: "Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exótico. Pena: Detenção, de três meses a um ano, e multa."
Ou seja, a lei reconhece que mais do que uma questão de preservação ambiental, os animais têm direito à sua integridade física, a não serem mal-tradados. Isso tampouco é como a caça, ritual no qual os índios respeitavam e agradeciam sua presa por servir-lhes de alimento. Mesmo na natureza, os grandes felinos enfiam suas presas no pescoço das vítimas e as sufocam antes de devorá-las.
Maltratar uma vida, divertir-se ao vê-la sofrer, não compadecer-se se seus gritos e de sua agonia é uma demonstração de desumanidade que não deveria ser incentivada ou ensinada às novas gerações como tradição. Tantas "tradições" estúpidas foram abandonadas pelo desenvolvimento da civilização humana. Mas há muitas outras que ainda temos que superar!











Boi encontrado morto ontem. (DC)
Sobre a Farra do Boi:
"A Farra começa quando o boi é solto e perseguido pelos "farristas“ (homens, mulheres e crianças), que carregam pedaços de pau, facas, lanças de bambu, cordas, chicotes e pedras. Eles perseguem o boi, que, no desespero de fugir, corre em direção ao mar, onde acaba se afogando; ou em direção às vilas, podendo invadir casas, hotéis ou qualquer lugar onde o animal possa se abrigar. Quando isso acontece, é comum pessoas serem feridas e terem danos materiais.
Antes do evento, o boi é confinado, sem alimento disponível, por vários dias. Para aumentar o desespero do animal, comida e água são colocados num local onde ele possa ver, mas não possa alcançar." (
Fonte)

Desejo do dia: roda de violão. Com a música "O sal da terra" de Beto Guedes

Up Date: Reportagem de hoje no Diário Catarinense
Animais - Território sem lei - LAURA COUTINHO/ Governador Celso Ramos
Ontem, dia "oficial" da farra do boi, cerca de 60 animais foram soltos para delírio da população de farristas que se concentrou no município de Governador Celso Ramos, a 41 quilômetros de Florianópolis.
Além dos moradores, pessoas de várias cidades foram atraídas pela possibilidade de participar da "brincadeira" sem risco de punição, em função do reduzido policiamento no mais tradicional reduto da farra no Estado.
No município, os policiais mantêm uma distância segura, alegando o risco de um possível confronto, os farristas ficam soltos para cometer infrações de trânsito, danos ao patrimônio e perturbar a ordem sem temer qualquer repressão.
São centenas de motociclistas embriagados subindo e descendo morros à procura dos bois em manobras arriscadas, dirigindo veículos sem placa e sem capacete. Brigas são comuns nesta época.
Quem é veterano na farra, denuncia. - Eu gosto de participar, mas antigamente a farra era outra. Hoje é muita droga e bebida. Também não tinha tanto barulho de música alta e das motos. É muita anarquia - disse Maria Monteiro, 60 anos.
A cidade não dorme durante o feriado. Ontem, às 7h, os olhos vermelhos, o passo incerto e a imprudência dos farristas diante do boi denunciavam o sono trocado por uma noite regada a cerveja. Onde e quando cada boi será solto é de conhecimento geral no município. Qualquer morador indica onde está acontecendo a farra do momento. Uma delas, na manhã de ontem, ocorria na Praia de Ganchos de Fora. Centenas de farristas esperavam pela soltura do boi, preso em um mangueirão. Quando o boi é solto, começa a farra propriamente dita. A confusão é geral. Os que chegam mais perto, provocando o boi a uma distância nada recomendável, são, geralmente, aqueles que consumiram mais cerveja durante a madrugada.
Centenas de mulheres e crianças participam da farra, considerada o evento social do ano. - Não temos mais nada. Nem teatro, nem cinema. Nossa única diversão é a farra - defendeu um deles. Quando o boi reage às provocações e corre em direção aos farristas, todos torcem pelo animal, querendo assistir ao confronto. Quanto mais bravo o boi, melhor é a farra. - Agora eles só trazem boi manso. Não tem mais graça. O bom era no meu tempo, quando soltavam os bois bravos, que todo mundo respeitava e saía correndo - lembrou uma farrista veterana.
Perto das 8h de ontem, cinco bois já estavam amarrados na Praia de Ganchos, o local mais "quente" da farra no município. O boi é laçado depois de um tempo de brincadeira, quando, exausto de tanta provocação, já não agüenta mais correr atrás dos farristas. - O boi é laçado quando tá cansado. Mais tarde, o bicho é trocado por outro boi "novo" que eles matam para comer - explicou um farrista que prefere não se identificar.
(...) Festa fechada
No início da manhã de ontem, na praça de Governador Celso Ramos, centenas de pessoas aguardavam a chegada do boi. Comerciantes, precavidos, lançavam mão de tábuas para evitar danos materiais aos estabelecimentos, comuns nesta época. Proprietário de um mercado na Armação da Piedade, João Henrique Monteiro protegeu o local com estrutura de madeira.
- A farra faz parte da tradição daqui. As pessoas deveriam vir conhecer - disse Monteiro, concluindo por advertir a equipe do Diário Catarinense para o perigo de estar ali.
Os farristas não permitem que a imprensa registre nada. Quando avistam uma câmera fotográfica ou filmadora, a palavra repórter corre de boca em boca.
Carnaval fora de época
A farra do boi tem características de evento oficial. Grupos de farristas se paramentam com camisetas coloridas que lembram os blocos de Carnaval. Uma delas, de cor amarela, trazia os seguintes dizeres: "Se o boi não vem pela terra, vem pelo mar. Se não vem pelo mar, vem pelo ar. Mas a farra do boi jamais acabará."
Outra, de cor vermelha, trazia estampada a cabeça de um boi, o nome da Praia de Ganchos e a frase: "Festa Nacional da Farra do Boi".

segunda-feira, fevereiro 26

Bafão no Paraíso


Em alguns filmes de Hollywood, os bandidos que se dão bem, vão para o Brasil. Pelo jeito, os que se dão bem no Brasil vêm para Balneário Camboriu (quadrilha de hackers, traficantes, clonadores de cartões, cassinos clandestinos, entre outros) e agora, Florianópolis.
Não se falou em outra coisa no final-de-semana: na quinta-feira uma quadrilha da pior qualidade foi presa na cidade. Mas não foi no Morro da Mariquinha, não, foi em Jurerê Internacional, balneário badalado no Norte da Ilha.
O que mais chamou a atenção nessa história foram com certeza os carros apreendidos com os bandidos, "ixpia":
- A Ferrari 360 Spyder (+- R$ 1 milhão)
- O jeep Hummer (+-R$ 900 mil)
- O Porsche Cayenne, (R$ 850 mil)
- O Chrysler, (R$ 500 mil)








Como a cidade não tem muitos milionários, Ferrari por aqui é coisa rara. Tem um hotel novo que adora estacionar uma na frente, para "chamar cliente", dizem as matildes.
Imaginem a polícia invadindo as duas casas que exibiam esses carros na garagem e que foi palco de muitas festas "de arromba" com bebidas e mulheres caríssimas. Todo mundo quer saber quem participou das festas, quem "pagou de otário". Foi a redenção dos invejosos!
Percebi nos comentários que o povo sentiu uma pontinha de satisfação ao ver na TV (ou ao vivo), os dois casarões sendo invadidos pela polícia, os 10 moradores saindo algemados e os carros apreendidos. Não somente porque diziam que o pessoal fazia uma bagunça danada, mas porque é usual do brasileiro associar a riqueza à maldade e a pobreza à humildade. Logo imaginei o mané constatando: "sou pobre, mas sou limpinho".
Agora, quem tem Ferrari virou alvo de "zoação". O Bruno saiu com o puma conversível amarelo do meu padastro e um transeunte já gritou: "Você também é da máfia?"
Bafão!
Mas os proprietários, segundo um colunista do DC, têm mais com que se preocupar:
"Estrago - Donos de veículos superesportivos em Florianópolis não param de reclamar que seus caros brinquedinhos sofrem horrores nas nossas estradas, incluindo o melhor dos asfaltos, que aqui são de quinta categoria quando comparados aos da Europa e dos EUA."
Ah, coitados!
O que o bando fazia? A princípio, enganava empresários, prometendo facilidade em obter empréstimos da FINEP e cobrando 20% sobre o financiamento que nunca saia. Faturaram milhões, principalmente de empresários do Rio Grande do Sul. (Lembrei de como as vítimas se comportavam em "os Vigaristas")
Quando eu trabalhei no IEL/SC, eu elaborava projetos de financiamento a fundo perdido para empresas, mas estas só precisavam entrar com a contrapartida depois do projeto aprovado oficialmente. Não é tão fácil aprovar um projeto e sempre demora. Tem angú nesse pirão de peixe grande.
Enfim, Santa Catarina, paraíso dos surfistas e dos bandidos discretos.













Uma das casas alugadas pelos bandidos (Foto Diário Catarinense)

Desejo do dia: doce de leite de panela. Tem uma lata de leite condensado fervento neste momento. Hummmm

sexta-feira, fevereiro 16

Dilemas da vida adulta

Os adultos têm que fazer opções muito difíceis. Quando eu era menor, se eu queria um cachorro era só chorar e espernear.
Meu pai perguntava: vai cuidar? vai dar banho? levar para passear? Sim, Sim, Sim. Meu pai ganhava mais um filho para cuidar e uma boca para alimentar.
Queria um gato? Achava um filhote abandonado na rua e o levava para casa, "Olha, pai, coitadinho". Bom, gatos eram mais independentes, ficavam adultos e uma dia iam embora.
Hoje, eu queria ter um cachorrinho.
Mas penso que ele vai passar o dia sozinho... Humm, humm.
Se a gente viajar, não tem com quem ficar... Humm, humm.
E se ele arranhar as nossas coisas? Hummmmmm
Gatos são mais fáceis de cuidar, mais limpinhos, mas teria que colocar tela na sacada para evitar o suicídio do bichano. Hummmmm
O Bruno não curte muito gatos, hummmmm
O bichinho fatalmente arranhará os móveis novos, hummmmm
Acho que não vai rolar. O Indiana Jones vai ter que esperar.















Obs: Sobre a violência, como todo problema complexo, tem muitas causas e demanda muitas ações, mas uma exclamação do Bruno diante da TV me fez pensar sobre a hipocrisia: "Querem ajudar a resolver? Parem de cheirar cocaína e de fumar maconha!". Serve apenas para aqueles que usam drogas, mas acredito que tem muita gente que reclama e continua contribuindo para o problema. Bom, a descriminalização são "outros 500". Complexo.

Desejo do dia: caminhar

quarta-feira, fevereiro 14

Meme das três atitudes ecoconscientes

A querida Lúcia Malla iniciou o desafio do "meme das três atitudes ecoconscientes":
- Tento nunca deixar a torneira aberta mais do que o estritamente necessário. Um dia desejo também tomar banhos menos demorados.
- Separo todo o lixo reciclável. Na verdade, gostaria de saber mais sobre quais podem realmente ser reciclados e para onde vão. Acho que poderia fazer uma separação melhor.
- Como pouquíssima carne vermelha e de frango. Só quando vou a festas e não há outra opção. Não acredito na sustentabilidade do modo de criação e abate desses animais.
Gostaria de convidar, pois acredito que vão gostar:
- Lulu (he,he)
Na verdade, estou olhando nos blogs, e listo abaixo quem eu acho que não recebeu ainda para que todos se sintam convidados. A lista é grande: Raimundo, Shumyara, Neria, Israel, Cristiane, Chris Pessoa, Celso, and so on...
Por falar nisso, alguém saberia me ensinar como faço para colocar uma coluna de links para outros blogs aqui ao lado?
Alguns que contribuíram com suas ideías:
Atualizando: a Lucia fez uma listinha de quem participou aqui, no Blog Faça Sua Parte.
Achei legal o pessoal levar uma sacola ao supermercado, mas aqui em casa gente aproveita as sacolas como saco de lixo. Será que os sacos de lixo comprados são recicláveis e os do supermercado não? Queria ter aulas de educação ambiental!!!
Finalmente, fotinhos (descobri que o problema é que eu não estava aceitando os termos de uso!) do presente de amigo secreto organizado pela Denise . Quem me pegou foi a Lana, uma moça muito querida, mas que não tem blog.
O meu foi para Raimundo Pajeu, lá em Pernambuco. Como ele é bem interessado em cultura, mandei uns bonequinhos do Boi de Mamão, folguedo popular em Floripa e que eu sempre adorei assistir. Foi difícil encontrar um presente que pudesse ser mandado sem risco de quebrar e esse vinha com caixinha.









Meu presente!Uma linda blusinha customizada.













Meu amigo secreto e seu presente!

Desejo do dia: sorte!