terça-feira, setembro 7

Brasil, meu Brasil brasileiro...

Sobrevivi!!!

Fui destilando nervosismo daqui até lá e repetindo mantras de auto-ajuda para tímidos: “eu sou uma pessoa legal”, “eu sou uma pessoa comunicativa”...

Cheguei em cima da hora para evitar o "grooming talk", mas já havia uma japonesa na sala. Respirei fundo, sorri e me apresentei. Ficamos “conversando”. Ela se chama Mioko (30), é pequena, delicada e simpática. Chegou a segunda aluna, uma coreana mais para bonita chamada Jinny (32).

Pois eis que a Jinny diz para a Mioko que sabe falar japonês. “Ótemo”, elas começaram a conversar em japonês animadamente, durante uns cinco minutos e eu ali no meio, olhando para ontem, entendendo só o nome dos países e o "gestonês".

O professor escocês chega, se apresenta, diz que também fala japonês e conversa um pouco nesse idioma com elas. Céus!

Então ele pergunta para mim: - E você, fala japonês?

- Só algumas palavras que aprendi nas aulas de judô - respondi, sem jeito. Aí balbuciei algo que nunca entendi muito bem, mas que sempre achei que queria dizer “com licença”. Na verdade, eu tinha pensado em falar kimono, tatame, dojô... A Mioko comentou que o Brasil tem bons judocas e o professor falou do Jiu-jitsu. A Jinny estava com cara de quem ainda tentava lembrar onde fica o Brasil.

A aula foi legal, muitas apresentações sobre nós e nossas cidades e todos os clichês possíveis. Falamos sobre favela no Brasil, sobre o hábito de comer cães na Coréia e sobre a pacata cidade japonesa da Mioko. Eu acho que as assustei bastante falando de assaltos, sequestros, metralhadoras, balas perdidas, tráfico de drogas, corrupção e fome no Nordeste. Mas falei mil maravilhas de Floripa, claro.

Conversamos sobre segurança e elas disseram que não existe assalto nas suas cidades. A Jinny disse que se assustou quando contaram que as pessoas usam armas em Hong Kong e a Mioko perguntou para o professor a diferença entre marijuana e cocaína. Nunca tive interesse em usar drogas, mas dado o meu nível de conhecimento sobre criminalidade, me senti a própria guerrilheira sul-americana. (Putz, agora que eu me toquei, estava usando uma calça-cargo verde-oliva!)

Ainda tive que responder à pergunta de 1.000.000 de dólares: se todos sabem onde estão os bandidos, por que ninguém faz nada? Depois dessa até esqueci de comentar com eles que hoje é o Dia da Independência no Brasil.

Curti a aula, mas agora fiquei com vontade de aprender japonês.

Desejo do dia: já foi realizado.

3 comentários:

Anônimo disse...

Olá, Lili.
Seu Blog é muito interessante. Você parece ser uma pessoa inteligente, escreve bem e com bom humor.

www.pedrocamargos.blogger.com.br

Anônimo disse...

Ei! Muito complicado postar no seu blog...
Mas só para identificar: Adriana Duval!

Legal te encontrar fora da matriz/orkut. Muito bom seu blog! Vou linkar no meu qq hora dessas, ok!?
Saí do "mini Arósio". Tenho achado o orkut bastante chato ultimamente...

Apareça sempre, moça!
beijosdri

PS.: só para ajudar: "Sorry, I'm late!"

Lili disse...

É, eu sei que comentar aqui é uma meleca. Tava até pensando em tirar a opção de comentários, que está em período de testes. Por enquanto ainda estou investindo no mantra "eu sou uma pessoa comunicativa", mas com resultados mínimos... Beijinhos, colegas.