sexta-feira, agosto 27

Como eu vim parar em Hong Kong?



Aqui em HK está tudo ótimo! Eu sempre digo isso e é sempre verdade.

Agora que estou no Orkut as pessoas estão sempre perguntando: "Hong Kong, como você foi parar aí?"

O importante não é como eu vim parar aqui, mas o que eu estou fazendo aqui. Bom, o que eu estou fazendo aqui também não é importante. O importante é que eu estou aqui. É, ficou melhor.

Já que eu estou aqui e nem como eu vim parar, nem o que eu estou fazendo importam, vou falar sobre a cidade.

Gostei de HK logo de cara. Sem muito porquê. Aliás cara é uma palavra que combina muito bem com essa cidade (território). É uma dos lugares mais caros para se viver no mundo (segundo a última pesquisa, a ordem é Tóquio, Londres, Moscou, Osaka e Hong Kong). As pessoas me avisavam para não tentar converter os preços para Real quando chegasse aqui, mas foi impossível no primeiro mês. O resultado foi a perda da fome e da vontade de comprar (mas já passou).

Tirando os preços, primeiras coisas que me chocaram em Hong Kong:

  • Muita gente.
  • O tamanho dos prédios (para quem sai de Floripa).
  • A quantidade de lojas caras. Todas as marcas famosas do mundo estão aqui. Em qualquer esquina ou shopping. Aliás, são muitos shoppings, o que também, para quem sai de Floripa, é um choque.
  • Os contrastes: prédios modernos, lindos ao lado de prédios muito velhos e sujos; barraquinhas de camelô na frente de lojas caríssimas como Prada e Armani; ocidentais muito claros, altos, perdidos entre os orientais; homens e mulheres de terno entre mulheres de sarong e outros homens de turbante.
  • Mulheres com a unha do pé afiada e pintada com cores berrantes. Não são as chinesas, mas mulheres de outros países da Ásia.
  • Pessoas com roupas coloridas no melhor estilo sapato-rosa-(pontudo e com ponta virada)-meia-verde-vestido-amarelo-e-cabelo-azul. Mas sem fazer um ar rebelde e sim algo como “patricinha moderna de Hong Kong”, sei lá... A moda de Hong Kong choca.
  • As mulheres usam sombrinhas durante o dia para evitar o sol. Usam cremes para clarear a pele. Vão à praia vestindo bermuda, camiseta, maiô ou sulquine. As sungas dos homens são menores que os maiôs das esposas.
  • Muitos cartazes e neons coloridos, grandes, pequenos, velhos, novos, em chinês em inglês, anunciam lado a lado, sobrepostos, restaurantes, casas de massagem, lojas, médicos e tudo o mais que se possa anunciar. Dizem que Hong Kong é a Nova Iorque asiática.
  • Prédios futuristas quando se olha para cima; embaixo calçadas apertadas e bichos de todos os tipos, odores e estágios de decomposição expostos em bandejas que dão para as ruas.
  • Altares com imagens na entrada de lojas, bares e estabelecimentos comerciais, pintados de dourado, com luzinhas vermelhas, frutas, incenso e oferendas variadas.
  • Lojas que vendem o último vestido verde-limão da Gucci ao lado de lojas que vendem delicadas estátuas chinesas de mais de 1000 anos.
  • Você anda por ruas movimentadas, onde estão as lojas e prédios bacanas e dá de cara com becos tenebrosos, sujos, assustadores, que terminam em escadas que sobem e descem para só Deus sabe onde...
  • Uma quantidade enorme de pessoas falando no celular ao mesmo tempo. Uma quantidade enorme de lojas de eletrônicos. Vontade de comprar tudo.
  • Há uma rede de escadas rolantes para subir para as ruas mais altas. Além disso, há escadas rolantes e passarelas em todos os lugares.
  • Bondes do século retrasado ao lado de Ferrari testa-rosa (sim, já vi várias) e Lamborguine Diablo. Bom, nesse quesito Hong Kong é imbatível. Costuma-se dizer que Mercedez aqui é fusca e não é exagero. O conceito deles de carro popular é New Beetle e Mini Cooper.
  • É fácil sentir-se pobre em Hong Kong...

Aí a noite chega e você começa e perceber as luzes da cidade e se apaixona.

Logo que cheguei o Bruno me levou para:

  • Um churrasco de brasileiros. Para eu perceber que a vida não precisava mudar muito.
  • Um passeio noturno de ferry na Baia de Hong Kong, vendo todas as luzes da cidade. Para eu perceber que esta é uma das cidades mais bonitas do mundo.
  • Um passeio para a praia semi-deserta de Tai Long Wan, onde só se chega depois de uma caminhada de uma hora ou de barco. Uma praia lindíssima, de águas transparentes.

Por isso que eu digo, o que importa não é o que eu estou fazendo ou o como eu vim parar aqui, o que importa é que eu estou gostando.

Fotos diversas que tiramos de Hong Kong. Outras fotos: 1, 2.

Também é possível fazer um tour virtual, de dia ou de noite.

Desejo do dia: comer bolo de cenoura e coisinhas gostosas, vendo um filminho.