quarta-feira, fevereiro 23

Operação Playboy

“O grupo de Brasília é o maior braço de uma organização internacional de tráfico de drogas, que também operava no litoral de São Paulo, Rio de Janeiro e Florianópolis” (notícia).

"Dimitrius costumava atrair jovens de classe média alta para a quadrilha dele.
Em geral, praticantes de surfe, vôo-livre e outros esportes radicais. Jovens que falam inglês, costumam viajar para o exterior e que poderiam transportar drogas sem levantar muita suspeita."
Jornal Nacional.


Muita gente quer vir morar em Floripa, fugindo das grandes metrópoles, da poluição, da violência, da concorrência no vestibular e do que mais for. No entanto, o mercado de trabalho por aqui não é lá essas coisas.

Trata-se de uma cidade administrativa, com pouquíssimas indústrias e características bem provincianas. Bares e outros empreendimentos trazidos por paulistas descolados abrem e fecham a toda hora. Só temos um "grande" Shopping na Ilha. Outros dois estão prometidos, mas, como qualquer manezinha fuxiqueira*, direi "é ver para crer". Numa comparação com outras capitais, o teatro e a vida cultural são quase vergonhosos, pelo menos em número de eventos de qualidade. Os serviços, bom, não costumam ser um primor de profissionalismo.

Enfim, dependendo da profissão, é melhor mudar para cá com "a vida já feita". Alguns empresários e executivos deixam a família por aqui e passam a semana trabalhando em São Paulo.

Mas enfim, o que eu ia dizer é que nem por isso esse meninos precisavam esculhambar. Agora estamos na rota do tráfico internacional de drogas! Descobrimos que éramos uma ótima opção de filial para traficantes curtirem a vida e ainda trabalharem sossegados. Aqui encontravam jovens abonados e "espertos" que queriam "viver a vida sobre as ondas", na rota Floripa/Europa/Bali, com direito a uma esticada em Fernando de Noronha, "pirando o cabeção" e ainda ganhando uma baba. Para muitos, essa seria a receita do paraíso na Terra, se não fosse ilegal.

Delegado chega a Florianópolis com preso envolvido na Operação Playboy
Tina Braga - JB Online
FLORIANÓPOLIS - O delegado Fernando Amaro de Morais Caeron, coordenador da Operação Playboy, chega ainda hoje de manhã a Florianópolis, acompanhado Dimitrius Papageorgiu acusado de liderar quadrilha que utilizava surfista para levar cocaína para Europa e Ásia.


Por volta das 10h, o delegado dará entrevista à imprensa na sede da Polícia Federal quando apresentará Temístoles Emanuel da Silva e Rodolfo dos Santos também acusados de utilizar jovens surfistas e praticantes de vôo livre para levar droga para o exterior trazer drogas sintéticas para o Brasil.

Dimitrius ultimamente era visto com frequência no bairro Lagoa da Conceição, zona leste dessa capital, reduto de surfistas brasileiros e do exterior atraídos pelas ondas das praias Mole e Joaquina. Ele foi preso na quarta-feira passada em São Paulo quando chegava da França.

Outras pessoas foram presas durante a operação. Elas podem ter ligação com Sérgio Gularte, detido e condenado à morte na Indonésia, e que morou em Florianópolis.


Costumam dizer que Floripa então tem vocação para indústrias de tecnologia (não poluentes), turismo e esportes. E agora parece que também para o tráfico internacional de drogas. Bom, tiroteio nos morros, já temos.

Sempre ouvi uma fofoca sobre as famílias conhecidas, tradicionais, de políticos, de donos de redes de lojas e de revendedoras de veículos, que seriam traficantes. No entanto, o caso dos surfistas parece ser diferente, como um outro grupo, dos jovens radicais e "empreeendedores". Vai ver que estavam concorrendo.

Como prenderam poucas pessoas, dizem que ainda tem muito playboy por aí sem dormir ou "dando um tempo" da cidade.

E o pior é que todo mundo aqui conhece alguém, que conhece alguém... enfim.

Desejo do dia: bolo de cenoura!

* As obras começam a demorar e o pessoal começa a dizer que não vai sair mais, que o dono faliu, que fugiu com o dinheiro... Conhecendo esse lado ilhéu, uma das construções, que já começou há algum tempo, está com uma grande placa: "Estamos construindo o estacionamento". E tem gente que ainda não acredita.

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